Linha de chegada: jornalista mudou a vida profissional pela corrida

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Uma jornalista, uma pauta, uma viagem e uma grande transformação. Foi assim que surgiu a corredora dedicada, que mudou inclusive a vida profissional pelo amor ao esporte. Tudo começou em 2005, em uma viagem para cobrir um evento voltado para deficientes auditivos. A revista em que trabalhava era focada em saúde.  O entrevistado que mudou a sua vida era um corredor, daqueles que fala com brilho no olhar e desperta o interesse pelo assunto. Uma entrevista foi capaz de despertar uma paixão e ela jura que nem pensava no emagrecimento ou na qualidade de vida.  Hoje, Yara Achôa, campeã da Wings For Life (corrida internacional de uma marca de energético que ocorre no mesmo horário no mundo todo), criou uma própria narrativa para a vida.

Confira a incrível história do corredor Feliz

Na véspera de fazer 40 anos de idade, ela era sedentária e se identificou rapidamente com a corrida. “Entre a decisão de começar a correr e, efetivamente, dar os primeiros passos, foram dois meses. Isso porque eu fui fazer alguns exames, fui atrás de uma assessoria esportiva e, até arrumar tudo isso, levaram dois meses”, disse. A empolgação a levou longe. “Nem imaginava que eu ia emagrecer e nem imaginava que eu ia tão longe como eu tenho ido. Pouco a pouco, passo a passo eu fui melhorando minha performance, emagreci, aumentei as distâncias e, hoje, com 51, eu já fiz sete maratonas, eu vou para minha oitava”.

“Eu amo correr. Eu brinco que é uma terapia, uma meditação”, Yara Achoa.

Para Yara, a corrida traz muito mais benefícios do que o cuidado com o corpo.  “A corrida ajuda a manter a forma, a adrenalina é legal, você fica com mais energia, mas é uma coisa muito interior mesmo”, explicou. Apaixonada, ela está em busca de atingir os objetivos. “Eu gosto, principalmente quando eu traço um objetivo, eu busco fazer, pelo menos, uma maratona por ano, uma maratona completa, 42 km. Então assim, eu treino pensando nessa maratona e isso já é uma motivação”, pontuou. E essa é sua maior motivação. “Essa motivação, de ter uma maratona, de ter um grande projeto, uma grande corrida para disputar, me faz querer melhorar, me faz acordar cedo, me faz ter disciplina”, comentou.


“Você se sentir vivo, você se sentir ativo, você acreditar que você pode fazer muita coisa ainda depois dos 50 anos, não é porque você fez 50 que você tem que ficar velhinho”, Achôa.

A maturidade, segundo ela, só lhe fez bem. Hoje, toda a a experiência faz com ela evite lesões e continue sempre aumentando os resultados. “Hoje, eu conheço bem melhor o meu corpo, eu acho que a maturidade faz com que não fazemos loucura. Você segue mais as orientações do treinador, então, eu acho que o tempo só ajuda na corrida. Quanto mais o corredor fica mais maduro, mais ele ganha em qualidade.”, contou. Além disso, segundo ela, a corrida traz outros benefícios.

“Eu acho que a corrida aumenta muito a manter a energia, o pique, qualidade de vida, ajuda a socializar. A corrida parece um esporte solitário, mas você encontra as pessoas, estando em uma assessoria esportiva ou não, você encontra as pessoas, você socializa, isso é muito legal também”.  Para Yara, o corpo acompanha a mente. “Você se sentir vivo, ativo e acreditar que você pode fazer muita coisa ainda depois dos 50 anos. Não é porque você fez 50 que você está velhinho, ao contrario, eu acho que eu estou parecendo mais moça hoje do que 10,20 anos atrás. Se você olha foto minha de 10 anos atrás, eu sou outra pessoa”, revelou.

Rotina da campeã

Yara se sagrou campeã na categoria acima de 50 anos na corrida organizada pela marca de energético. Essa competição é aguardada por muitos corredores. O diferencial é que ela acontece todos os anos em diversos países do mundo, que seleciona sua sede, no mesmo horário. Os corredores largam juntos. Após trinta minutos, larga o carro da marca, que vai eliminando os competidores à medida que os ultrapassa. Yara foi alcançada após 22,38 km. “Eu tinha expectativa de correr 20 km. Quando eu fui ver, eu fiquei em primeiro lugar na categoria feminina. E eu nunca tinha conseguido isso, então eu fiquei muito feliz. Encaixei um ritmo muito bom, fiz um km a cada 5 minutos. Eu nunca tinha feito essa marca antes em prova, então eu percebi que o meu treinamento, foi muito bem planejado para mim”, relatou.

Seu foco é uma maratona que vai acontecer mês que vem, em Porto Alegre. Como havia essa competição no meio, Yara encaixou uma viagem à Brasília, local da prova no Brasil. Ela alia os treinos da corrida com outras atividades para fortalecer a sua performance. “Eu também pedalo, uso a bicicleta como meio de transporte, faço pilates uma vez por semana e duas vezes por semana eu faço musculação. Então, esse suporte, na prova, fazendo força, foi bem positivo. Porque também que tem acima de 50, eu acho que é essencial investir em um trabalho de força, de musculação para poder chegar forte na corrida”, explicou.

Eu corro porque…

Yara Achôa mudou sua vida profissional após o contato com a corrida. A jornalista, que falava de saúde e qualidade de vida, passou a escrever muito sobre o esporte após uma pausa forçada nos treinamentos. “Um ano depois que comecei a correr, tive uma lesão, uma fratura por estresse, que não é uma fratura de verdade, não precisa engessar, nem nada, mas pelo esforço repetitivo você tem umas microfissuras. A minha fratura foi na tíbia e o único tratamento era ficar três meses sem correr”, explicou. Se recuperando da lesão, ela deu um jeito de ficar mais próxima daquilo que tanto amava. “Já que eu não podia correr, resolvi escrever sobre corrida. Então, lá atrás, em 2007, eu comecei a escrever em um blog. E, como eu trabalho colaborando para revistas de saúde e de qualidade de vida, aquilo só se intensificou. Hoje eu sou uma jornalista que corre, que sabe o que está falando quando escreve”.

Por Gabriel Lima

Imagens: Arquivo pessoal

Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira

 

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