Aos 21 anos, o paratleta e músico Henrique Moinhos Barnes diz que busca se tornar um atleta cada vez mais completo. Sua paixão pela piscina começou ainda pequeno, quando aprendeu a nadar sozinho. Iniciou primeiro em escolas privadas, com intuito de desenvolver sua capacidade motora e em outros diversos aspectos neurológicos.

Após a mãe, Márcia Moinhos, observar que o filho não estava se aprimorando na escola em que estava decidiu colocá-lo no time Nauru, que conheceu através de seu massoterapeuta.
O atleta teve suas preocupações iniciais, principalmente pelo medo de começar a treinar profissionalmente e iniciar no mundo das competições Mas, Marcus Lima, que atualmente é técnico do time Nauru DF – vinculado à Associação Brasiliense de Acolhimento e Responsabilidade Social (Abrasrs) – o incentivou e começou a preparação para os campeonatos futuros.
Diagnóstico
Henrique foi diagnosticado com autismo aos 4 anos de idade, após os pais, Márcia e Eduardo Barnes, observarem que o filho tinha dificuldades para socialização. Eles procuraram ajuda de especialistas, mas somente depois de 2 anos conseguiram a informação.
Marcia sempre buscou alternativas para que o jovem pudesse se aprimorar e se desenvolver. Frequentou pré-escola, ensino médio, escola de atendimento em análise do comportamento Aplicada (ABA), que é direcionada para adolescentes e adultos neurodivergentes, como autistas ou TDAH, mais conhecida como Vivências.
Paixões
O rapaz finalizou o ensino médio e decidiu iniciar um curso de design gráfico, que durou dois anos. Entretanto, não ficou parado por muito tempo. Sempre que viaja com seus pais, ama visitar zoológicos.
‘’Eu já fui no de Berlim, na Alemanha, no Bronx, Nova York, Toronto, Canadá e Amsterdam. O meu favorito foi o de Toronto’’ relembra o viajante.
Além disso, Henrique toca bateria na banda Timeout Rock Band — que é formada por jovens autistas — em 2024, o grupo tocou no programa “Caldeirão com Mion”, da TV Globo, e, emocionou o público com a música “Ainda é cedo”, da Legião Urbana. Esse momento ficou marcado na memória do baterista.
Os pais afirmam que esses ganhos não são apenas dele, mas sim de toda a família.
“Ter uma pessoa neurodivergente na sua vida, traz uma série de desafios, mas ao mesmo tempo, te mostra como você tem que olhar para o mundo de maneira diferente” comenta o pai do atleta.
Por Ana Luisa Oliveira
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira