Em sua temporada de estreia na Fórmula 1, o automobilista brasileiro Gabriel Bortoleto demonstra maturidade para lidar com o exigente nível do automobilismo mundial. Em entrevista à Agencia CEUB, o piloto da Sauber falou sobre a carreira e futuro.
O piloto já soma 14 pontos no campeonato. Na última corrida, na Hungria, ficou em sexto lugar, a melhor posição da carreira.

O corredor avalia o momento da equipe e reconhece que ainda há muito a evoluir.
“As corridas estão sendo mais sólidas. Em Barcelona, perdemos algumas oportunidades de pontuar, que estavam nas nossas mãos. Mas não adianta olhar para trás e reclamar. O que importa agora é entender o que fazer de melhor para a próxima etapa”, afirma Gabriel.
Bortoleto também é realista ao analisar o desempenho do carro. Apesar de alguns avanços, o brasileiro garante que a Sauber ainda está longe de alcançar o nível ideal.
“Estamos longe dos 100%. Fizemos um passo na direção correta, mas ainda queremos trazer upgrades esse ano. Não sabemos exatamente quando, mas sabemos que precisamos”.
Gabriel afirma e completa que tem que olhar para frente. “Ainda estamos atrás de algumas equipes e nosso foco é ter um carro competitivo para pontuar em todas as etapas, o que não é simples. Isso exige um trabalho certeiro”, completa piloto.
Parceiro
“O Hülkenberg tem sido um ótimo companheiro de equipe. A gente compartilha muitas opiniões, sentimos o carro de forma parecida. Já o Max é um cara com quem treino muito no simulador, ajuda demais. E o Fernando, que é meu manager, é quem mais me orienta. Estar aqui hoje tem muito a ver com o apoio dele”.
Um dos pontos mais destacados da trajetória de Gabriel na fórmula 1 é a convivência com nomes de peso do grid. Dividindo garagem com Nico Hülkenberg, e cercado por veteranos como Max Verstappen e Fernando Alonso, Bortoleto valoriza as parcerias que tem construído.
A mudança da Sauber para a Audi, prevista para a temporada 2026, já começa a moldar o ambiente da equipe. Embora os efeitos ainda não sejam totalmente sentidos no dia a dia, Gabriel revela que há uma movimentação nos bastidores.
“Já temos uma noção de como o carro deve ser, mas tudo ainda está em evolução. Só vamos entender mesmo quando colocarmos o carro na pista, em janeiro do ano que vem. Até lá, estamos alinhando bem as direções que queremos seguir e trabalhando nisso com a equipe”, conta Gabriel.
O brasileiro titular na Fórmula 1 depois de 7 anos sem um brasileiro no grid, desde Felipe Massa e que tem noção do peso que carrega.
“O brasileiro é um povo caloroso, apaixonado pelo esporte. Aqueles que acompanham de verdade veem que estamos no caminho certo, que o projeto é sério. Claro, sempre tem quem não acompanha nada, liga a TV e acha que sabe tudo, mas a maioria apoia. E isso ajuda muito, com a equipe, patrocinadores, todo mundo sente essa energia”.
Bortoleto também lida com o peso simbólico dessa presença. A responsabilidade é grande, mas o piloto transforma essa pressão em combustível.
“Acho que pistas de média a alta velocidade podem favorecer a gente. A de Ímola, por exemplo, parecia boa para nosso carro. Não tem uma pista específica em mente, mas temos boas chances dependendo do traçado”, conta Gabriel sobre as próximas etapas do campeonato.
No cenário desafiador da Fórmula 1, onde talento, estratégia e estrutura caminham juntos, Gabriel Bortoleto desponta como uma das apostas mais promissoras do Brasil. Com os pés no chão, ele segue em busca de evolução constante e de um lugar definitivo no protagonismo do maior nível do automobilismo mundial.
Por João Pedro Carvalho
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira