Professor do DF é campeão pela Seleção Brasileira Master de Handebol

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No elenco da Seleção Brasileira de Handebol Master, que venceu neste mês a Copa América da modalidade (acima de 42 anos), no Chile, um atleta brasiliense esbanjava felicidade. Ele é o professor de educação física Firmino Rodrigues, de 46 anos. Os jogos foram disputados nas cidades de  Viña Del Mar e Valparaíso, entre 6 e 10 de abril.

O hoje professor começou a carreira esportiva no basquete, mas a vida se alinhou para outro esporte que utiliza as mãos. A trajetória dele de vida está ligada ao handebol.  Ele rememora que só deu uma chance ao esporte por conta de sua professora de escola, que viu um talento nele.

Hoje ele dá aulas em escolas da rede privada de ensino em Brasília. Além das aulas, ele é técnico do esporte que aprendeu a amar. Inclusive ele foi selecionado para a Seleção Brasileira de handebol máster neste ano. Assim, não precisou se despedir das quadras.

“A primeira morte do atleta é quando ele para de jogar. Eu consegui vencer essa primeira morte. Hoje, eu estou com 46 anos, e venci essa fase”

Projeto social

Firmino é brasiliense e pai de dois filhos.  Ele garante que sempre amou o esporte. “Sou um amante do handebol, treino handebol desde que da época da fase escolar”.

Ele recorda que o início ocorreu em um projeto social no Núcleo Bandeirante, chamado CID. Nessas reviravoltas que a vida dá, Firmino virou técnico no projeto e buscar estimular outros jovens para os esportes. 

Incentivo

Uma pessoa foi muito importante para que ele pudesse começar nessa atividade. “Tinha uma professora que na escola já viu em mim um potencial, talvez pelo estatura física. Eu sempre fui muito alto. Com 14 anos de idade, já tinha um 1,90 metro”. Assim, ele começou a enfim começou a participar de jogos escolares e festivais.

Embora praticasse, o futebol nunca foi levado a sério pelo esportista que prefere mesmo atividades com as mãos. “Eu não era muito bom no futebol. Então fui para o basquete, onde comecei a ter contato com o esporte com a mão”, afirmou Firmino. Diante das dificuldades de estudo, o pai dele mandou que saísse das aulas de basquete. Mas não fugiu das quadras. Firmino viu o handebol como opção para seguir praticando esportes. “Ele falou que eu não podia jogar basquete mas não falou que eu não poderia jogar rede de e aí por convite de alguns colegas né que me chamaram pra ir ao e eu fui comecei frequentar e comecei a gostar, de participar”

“Foi despertando em mim a vontade de continuar e virar um atleta de handebol”, afirma.  Em seguida, veio a fase escolar e Firmino teve a oportunidade de representar o Distrito Federal em torneios nacionais. “Continuei estudando, mas enfim, peguei seleção estudantil na época quando eu estava lá com meus 16 anos. Participei da seleção estudantil do Distrito Federal. Então, a partir dali começou a brilhar novos caminhos pra mim”.

Vitórias

Logo na sequência, começou a jogar campeonatos brasileiros e ganharam outras taças para o Brasil. “Comecei a me destacar dentro do esporte. Já em um  nível nacional tive a primeira oportunidade de pegar seleção brasileira com 17 anos, na época ainda em juvenil”.

Continuou jogando e chegou na categoria Júnior (até 21 anos de idade) e teve a oportunidade novamente de jogar pela Seleção Brasileira. Nessa oportunidade, obteve a chance de jogar um sul-americano pela Seleção Brasileira onde foi vice-campeão.

Dentre as inúmeras conquistas realizadas nesses vários anos como jogador, Firmino lembra com carinho da Copa Mercosul, na época realizada no Rio Grande do Sul. “Nenhum time de fora do Sul e Sudeste tinha sido campeão até então, e nós saímos do Centro-Oeste para levantar a taça”, completou.

Contratempos

Firmino precisou aos 21 anos de idade largar o handebol porque a família passou a ter dificuldades financeiras e ele precisou trabalhar para ajudar em casa. “Eu estava prestes a ir disputar o Mundial de Handebol Júnior, no Catar, mas precisei arrumar um emprego para ajudar a minha família e acabei largando o esporte”.

A forma de voltar às quadras foi se formar em educação física e passar a atividade da docência.  Mas a paixão ficou latente, tanto que continuou jogando. “Não consegui seguir a carreira de jogador por circunstâncias da vida. Depois, chegar aonde cheguei no período atual é gratificante”.

Além das vitórias profissionais, outro ganho não tem preço. “O mais importante que a gente tem nessas competições master são as amizades que a gente faz. Então tive a oportunidade de conhecer pessoas que eu joguei competição”, comenta Firmino.

Ele conclui que representar o Brasil novamente, só que agora usando a camisa do Brasil, o deixa muito feliz. “Poder fazer parte de uma seleção é muito legal. Acho que veio pra coroar toda essa entrega que eu tive, que eu sempre entreguei por esse esporte, a vida inteira”.

Por  Monique Del Rosso

Fotos: Nicólas Morales

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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