Professores e especialistas apresentam estratégias de saúde em centros de futebol

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“Quando o futebol fala, o mundo para pra ouvir”. A frase é do professor de fisioterapia Márcio Oliveira, que participou do 3º Encontro de Extensão do UniCEUB nesta quarta (27). Márcio é o responsável pelo projeto de extensão Atendimento à Saúde do Atleta na universidade, em conjunto com a professora de nutrição Michele Ferro.

Os professores acompanhados do gestor de projetos sociais, professor Franklin Ferreira e o gerente de desenvolvimento social da CBF, professor Diogo Netto, mostraram justamente as estratégias de assistência à saúde nos centros de desenvolvimento do futebol, tanto no âmbito físico, quanto no social e cognitivo.

Na abertura do debate, a professora Michele apresentou dados das pesquisas feitas pelo projeto de extensão referentes à alimentação dos atletas pacientes atendidos pelo mesmo. Segundo o levantamento, dos 80 atletas de futebol atendidos, 52 estavam na faixa etária dos 7 aos 19 anos, um número relevantes de crianças e jovens que apresentaram problemas durante a prática esportiva. Logo após isso, Michele apresentou o perfil de consumo alimentar dos pacientes, um padrão alimentar que tende a ser seguido pelos atletas de futebol em específico, nisso, ela detalha que eles nem sempre chegam com a alimentação adequada, uma dieta com quantidade calórica menor que a recomendada, poucos alimentos e rica em proteínas.

Apresentação das estratégias pela Profª Ma. Michele Ferro, do curso de Nutrição.

Contudo, ela atrela este fato com a desinformação da família dos mesmos, levando a discussão já para o lado social da coisa, já que este se mostra como o maior desafio para assistência à saúde dos atletas. “Com jogadores de futebol a gente conversa com família, a gente se torna amigo dos pais da criança, e isso permite que a gente entenda a realidade familiar dela”, relatou a professora. Além disso, ela destacou a empolgação e a dedicação deles em se tornar atletas, o que na grande maioria dos casos é apoiado pela própria família, “a gente observa uma força de vontade muito grande não só do atleta em ter sucesso na modalidade, mas de uma família também, eles começam a acreditar que aquela criança é a esperança da família”. Por fim, no ápice da apresentação, ela apontou as estratégias para que estes jovens tenham um melhor desenvolvimento físico como atletas, entre elas:

  • Educação Alimentar e Nutricional;

  • Atendimento individualizado às crianças;

  • Atividades multi e interdisciplinares; e

  • Oficinas nos centros de treinamento

Tendo o foco da discussão transitado para o lado social do futebol nas crianças e adolescentes, a outra parte da palestra resumiu-se em mostrar a vulnerabilidade destes jovens atletas, e os projetos sociais feitos para dar assistência a eles. “O futebol é mágico, o futebol transforma, o futebol faz sonhar”, disse o professor Franklin, que ficou encarregado dessa parte da discussão. Como gestor de projetos sociais, Franklin atuou e atua ainda hoje em diversos projetos de inclusão social de jovens por meio do futebol; ele usou um deles, o projeto Gol do Brasil, para exemplificar as mudanças que o futebol traz no âmbito social para estes atletas, sendo não só uma ferramenta de transformação, como de resgate deles, o que é a principal metodologia do projeto Gol do Brasil. “O projeto não tem que excluir, ele tem que inclui, independente de quem joga futebol ou não”, afirmou o professor ao se referir ao projeto.

Apresentação do Prof. Franklin sobre as áreas de vulnerabilidade

Na terceira e última parte da mesa redonda, o professor Dr. Márcio Oliveira apresentou o seu projeto de extensão Atendimento à Saúde do Atleta. Este, por sua vez, tem o objetivo de criar “uma opção de tratamento fisioterapêutico curativo e preventivo especializado para atletas no DF”, segundo a apresentação do professor. Nela, ele conta a trajetória do projeto desde sua criação, em 2012, além de toda a sua expansão, “à medida que fomos aprendendo, que fomos compreendendo a importância desses trabalhos, nós fomos entendendo que tínhamos muito mais capacidade do que ser simplesmente um projeto de reabilitar atletas”. Até 2017, o projeto fez mais de 20 mil atendimentos em cerca de 1181 atletas, percorrendo várias cidades do DF e se agregando a diversos outros projetos.

 

Por Arthur Vieira
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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