Foram 63.501 pagantes presentes no Estádio Nacional Mané Garrincha e renda de R$ 6,9 milhões (a maior da história no Brasil). Grande parte desse público era formada por flamenguistas, mesmo o Santos sendo o mandante. Por razões históricas, com a mudança da capital em 1960 do Rio de Janeiro para Brasília, a capital herdou também os torcedores daquela cidade. Inclusive, pesquisa recente do governo local coloca o time carioca como o preferido da população candanga (mais de 51%). Na rara oportunidade de assistir ao time de perto, a população fez fila durante a semana e neste domingo, dia 26, para poder entrar no estádio. Não foi feliz. Acompanhou um jogo sem-graça, zero a zero, na despedida do adversário, o atacante Neymar, de malas prontas para Barcelona.
Com poucos lances de gol, desperdiçados, em sua grande maioria, pelos cariocas, chamaram mesmo a atenção as loucuras que só mesmo a paixão é capaz de explicar. Para entrar no estádio construído para as Copas, o público enfrentou três quilômetros de filas. Quem chegou perto de 13h, entrou na arena quase na hora do jogo. A torcida organizada do Santos, além de testemunhar o adeus do ídolo que mais andou do que correu, entrou com mais da metade do primeiro tempo transcorrida.
O esquema de trânsito melhorou, mas parece ainda longe do ideal do que poderia ser para o primeiro jogo da Copa das Confederações, Brasil e Japão, no próximo dia 15. Os ônibus que saíram do rodoviária trouxeram muito mais do que a capacidade do veículo. Teve quem contou que os motoristas cediam às pressões dos torcedores. “Uhhh, motorista vai morrer!”. Não seria um ambiente, enfim, esperado para famílias curtirem um domingo especial. Resta à sociedade pedir mais organização da Secopa, que abraçou várias funções que, antes, eram exclusivas do governo. Um deles é a segurança. Conforme prevê a Fifa, esse serviço é terceirizado na área. Ocorre que a maior parte dos detectores de metal ainda não estão funcionando. No final das contas, perto de começar o jogo, muita gente (aquela quantidade que é impossível contar), entrou sem passar por qualquer revista. Enquanto a confusão acontecia, no que seria um teste, um pai, com o filho no colo, refletia: “imagina na copa”.