Taguatinga viveu 16 anos sem um representante no futebol candango. O pentacampeão Taguatinga Esporte Clube disputou a última partida em 1999. O time pendurou as chuteiras por falta de recursos. Da cidade, surgiu o Clube Atlético Taguatinga que, com esse nome, disputou pela primeira vez a segundona. O estreante se deu bem e faturou o título. Em 2016, chega à elite local. Agora, a cidade possui uma equipe para apoiar no estádio Serejão. O rubro-negro derrubou o Planaltina-GO, no último sábado (7), por três a zero. Além do acesso, teve o artilheiro do campeonato, o atacante Edicarlos.
O artilheiro, inclusive, de 33 anos, joga desde os 12 anos de idade e nunca tinha sido o maior marcador de alguma equipe. “Titulo foi importante para mim, para os meus companheiros e principalmente para minha carreira. Espero continuar crescendo”. O volante Klécio Nascimento, de 27, acredita que foi muito importante à conquista, principalmente para carreira individual. “Para mim, foi excelente. Todo jogador deseja conquistar títulos pra acrescentar no currículo e nas nossas experiências”.
Espinhos
Mas nem tudo são rosas. Para os atletas, a visibilidade do futebol candango ainda é muito baixa. Edicarlos acredita que, se ainda existem mudanças a serem feitas na divisão de elite brasiliense, na segunda falta muito mais. “A gente sabe que aqui em Brasília é complicado o futebol, se a primeira já tem seus problemas, imagina a segunda. É tudo um pouco mais complicado, mas acredito que ainda crescerá um pouco mais”.
Já para Klécio, a desorganização marcou a competição, mas o atleta precisa ser profissional em todas as circunstâncias. “Falta muito. O campeonato deveria ter começado em uma data e não começou, visibilidade é fraca, mas é sempre bom e correto jogarmos da melhor forma possível, porque a partir de bons resultados, conseguimos ser vistos por outros clubes de outras cidades ou até os grandes clubes daqui”.
Injusto
Outro fator preocupante para esses atletas, principalmente pelo nível das equipes que representam, é a questão salarial. Uma das motivações para o sonho de se jogar futebol, é conquistar a tão almejada estabilidade financeira, além de atuar em grandes clubes e conquistar títulos importantes. Klécio sente que o investimento é baixo e injusto, mas enxerga os motivos do mesmo. “Justo, justo não é não. Porém para a competição que disputamos, foi aceitável. O investimento para a segunda divisão em Brasília é bem pouco, comparado aos outros estaduais”.
Edicarlos pensa da mesma forma que o companheiro e, apesar da complicada situação, agradeceu a diretoria do clube e continuará buscando melhores oportunidades. “Sabemos que é complicado aqui em Brasília no futebol, sobre o lado financeiro. Mas lá (no clube) foi o que o presidente pode pagar pra gente, ele acertou tudo direitinho e só temos que agradecer o Taguatinga por ter aberto uma porta para nós”
Time novato
O Clube Atlético Taguatinga disputará a primeira divisão na temporada que vem do Candangão. Entretanto, ainda não foram confirmados todos os jogadores que ficarão no elenco. O artilheiro Edicarlos garantiu que não continuará na equipe e que já conversa com o colorado candango, o Brasília. Já o volante Klécio não sabe sobre o futuro dele no time e que estuda algumas propostas recebidas após o campeonato.
O Clube Atlético Taguatinga não foi fundado com este nome. Nasceu em 1994 batizado de Associação Desportiva Comercial. Depois disso, mudou a marca mais duas vezes, em 2000 para Associação Desportiva Comercial Bandeirante e, em 2006, para Clube Atlético Bandeirante, ao passar para outra região administrativa.
Por Felipe Oliveira
Fotos: Clébio Junior / Imagens cedidas