“Imagem da Rússia na guerra está minada pelo jogo midiático”, diz pesquisadora

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As posições da Rússia estão sendo destruídas pela mídia ocidental e, dentro da guerra de narrativas, os Estados Unidos ainda detêm o monopólio informacional. Essa é a opinião da professora de relações internacionais Renata Rosa, do Instituto Maria Quitéria, no Rio de Janeiro.

Foto: Petr Kratochvil / Domínio Público


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Sem contraditórios

Ela explica que o país governado por Vladimir Putin possui baixa penetração das suas notícias internacionalmente e isso faz com que o papel de vilão da história fosse sedimentado.

“Esse ato da mídia de explorar o fragmento nuclear do discurso de Putin é um exemplo da atual crise no jornalismo”, afirma a Renata Rosa.

Campo de batalha

Ela exemplifica que, no mês passado, a exposição sobre as manifestações após a convocação de reservistas russos em oposição à omissão dos protestos na Europa contra a guerra demostrou a existência desse outro campo de batalha em disputa.

Segundo a professora, a essência do compromisso em ouvir os diferentes lados também está abandonada no Brasil. Para ela, a mídia nacional “fica de reboque com as pautas da Casa Branca”, se colocando em favor da Ucrânia e aderindo às simplificações sobre os componentes do conflito.

Dando ênfase às armas nucleares, análises jornalísticas falham em não apontar o fato de terem sido usadas apenas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, assim como ignoram o papel de Joe Biden no desdobramento da guerra.

Quem controla o mundo

“A Rússia, hoje, perde a guerra de informação. Isso é muito ruim, porque quem controla a mídia, controla o mundo”, disse a professora Maria Rosa, do Instituto Maria Quitéria, sobre como a mídia aborda as informações relacionadas ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia

O posicionamento da OTAN, que tem o “Volodymyr Zelensky como porta-voz das frustrações estadunidenses”, evidencia como a mídia europeia não está noticiando os impactos no velho continente.

Para Renata Rosa, sobre esse conflito internacional, em que aspectos como a autodeterminação dos povos, a defesa da integridade territorial e o separatismo fazem parte, a mídia não pode se eximir de informar.

A professora avalia que o trabalho jornalístico não é sobre “escrever a verdade, mas as versões dos fatos, para o leitor tirar suas próprias conclusões”.

Por Juliana Weizel
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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