Durante depoimento de Dilma, Esplanada teve número reduzido de manifestantes

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Enquanto a presidente afastada Dilma Rousseff respondia, nesta tarde de segunda (29/8), questionamentos dos senadores no julgamento do processo do impeachment, a Esplanada dos Ministérios, que teve o trânsito interrompido durante todo o dia, teve movimentação muito aquém da expectativa, tanto de quem é favorável ao impedimento como de quem é contra. Pela manhã, cerca de 300 pessoas prestaram apoio à presidente. Em Brasília, não houve protesto como em São Paulo, onde houve confronto de manifestantes e policiais.

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Apesar do número reduzido de presentes, houve quem tivesse vindo de longe para protestar. Após viajar de Belo Horizonte à Brasília, a professora de matemática Telma Araújo, afirma que o processo de impeachment não tem base jurídica para manter o afastamento da petista. “É um golpe porque não há legalidade, não tem provas que possam incriminá-la, mas o Congresso Nacional é muito conservador”. Emocionada, ela acredita que Dilma tem lutado pelo país, mas tem sido “maltratada”, até antes de ser afastada. “A Dilma sofreu muito na ditadura, mas quando o Bolsonaro dedicou o seu voto ao coronel Brilhante Ustra, ele quis provocar a presidente que foi torturada por ele”, lembra.

 

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Para a moradora de Goiânia e advogada Ineida Goldino, as pessoas deveriam comparecer às ruas. Ela acredita que quem acredita na democracia não pode se omitir diante de toda a crise política. “Estou aqui porque sou uma democrata. Defender a democracia está acima de qualquer luta partidária. Além disso, eu votei na Dilma e quero respeito ao meu voto”. A advogada ressalta que o Brasil vive um presidencialismo, diferente do parlamentarismo que permite destituir um chefe de governo por não haver apoio parlamentar.

Situação econômica

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Segundo o funcionário público Antônio Gomes, a questão não é a conduta da presidente Dilma, e sim, o desemprego acelerado e a economia caótica. Para ele, o governo do interino Michel Temer vai ser melhor do que o do PT. “O temer é a transição para poder tirar o país da estagnação que está. Mesmo eu não o apoiando totalmente, acho que ele equilibrará melhor o governo”, acredita.

 

Carlita Rodrigues é militante do MST e critica a interinidade do Temer que, segundo ela, tem prejudicado os direitos dos trabalhadores. Além dos aumentos em diversos preços, as ameaças aos direitos sociais tem levado a ativista a se revoltar com o governo atual. Com isso, as melhoras serão às classes mais abastadas da sociedade. “Cadê o 13º do operário? Se passar no senado, que ele está querendo, a classe operária estará encrencada”, explica.
Por Lucas Valença

Colaboraram Beatriz Castilho e Letícia Rodrigues 

Fotos: Henrique Kotnick

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