O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o “Kakay”, que defende o empresário Joesley Batista, afirma que a prisão do cliente foi um rompimento com o combinado firmado pela delação apresentada na Lava Jato. “O Estado foi desleal ao não cumprir o acordo. A imunidade fatal, sem motivo, foi retirada”, critica Kakay. Ele afirma que não é contrário ao instituto da delação, apenas a como ela é aplicada no Brasil. “Esse caso que nós entramos, demonstra claramente que o instituto [delação] é usado ao bel-prazer do Estado, de forma, às vezes, até autoritária”, critica.
“É uma falta de lealdade do Estado, sem que haja um descumprimento cabal, de retirar o benefício que foi dado”, afirma Kakay.
Segundo Kakay, a defesa está pautada agora em buscar a liberdade do acusado, mas ele acredita que o acordo que foi feito com o Estado deve ser cumprido. “Em primeiro lugar, nosso objetivo é tentar colocá-los em liberdade. Mas me sinto completamente à vontade para discutir os direitos que deveriam ser garantidos nessa delação”, explica.
Por Bruno Santa Rita e Lucas Valença
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil