As eleições são um período de alta competitividade. A concorrência é de disputado concurso público. Nessa busca, vale tudo para se aproximar do eleitorado. A escrita e a linguagem, segundo especialistas, são essenciais para que se mantenha a credibilidade.
Segundo a linguista Dad Squarisi, há candidatos que tentam se aproximar por meio da linguagem de um público específico, que não obedece às normas cultas da língua. A linguista ressaltou que os candidatos podem até cometer atos falhos na língua falada, mas na escrita há um cuidado maior, já que é possível que o candidato perca a credibilidade.
“Não faltará quem dirá que se ele não sabe escrever, se ele não sabe fazer a concordância, se não sabe dizer o ‘nós vamos’, que a gente aprende no ensino fundamental vai poder governar o país, vai poder fazer projeto de lei, não vai”.

A especialista acrescentou a importância dos assessores para evitar certas situações como incorreções gramaticais. Segundo Dad Squarisi, o candidato pode perder pontos com eleitor ao postar uma informação com erros gramaticais na Internet. Ela também ressaltou que o candidato deve tomar cuidado com o texto em desacordo com a língua culta, já que pode ser usado por inimigos políticos para atingir a campanha do adversário.
Já a professora Flor Marlene Lopes, doutora em Semiótica e Linguística, acredita que o vocabulário pode contribuir para a campanha. A professora disse que há muito preconceito com a linguagem e que o político pode usar isso para se aproximar também de uma parcela mais excluída. “Então quando ele colocar a norma culta para se explicar ele provavelmente não vai ser reconhecido fazendo parte do mesmo grupo”. A professora entende que o mais importante não é o falar, mas o que falar. Apesar das diferenças, as especialistas concordaram que a língua escrita deve-se tomar mais cuidado, já que é onde intensifica as falhas.
Por Jade Abreu