Enquanto que, no Brasil, a principal discussão interna é a decisão final sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo interino mantém ações e discursos considerados polêmicos no campo das relações exteriores. O chanceler José Serra passou a dirigir um discurso duro contra a Venezuela no comando do MercoSul. Contudo, as crises geradas pela gestão Serra têm dividido o Itamaraty, é o que acredita o pesquisador e professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UNB), Alcides Costa.
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Para o pesquisador, o linguajar do ministro tem sido incomum na condução da chancelaria brasileira, o que tem gerado críticas. “É bem atípica a postura que vem sendo utilizado pelo Itamaraty em relação aos governos anteriores”.
Ele também esclarece que o Brasil continua com uma política externa com viés ideológico, mas que mudou o tratamento com os países vizinhos. “O Brasil passou a ter distanciamentos com os governos de linha Bolivariana, e uma aproximação ao governo do presidente Macri (da Argentina)”, explica.
Manter enfrentamento à Venezuela tem a intenção, segundo o professor, de afastar o país vizinho do MercoSul. Porém, no bloco, é necessário ter consenso na aprovação do afastamento de um país integrante. “É possível a tentativa de tirar a Venezuela do bloco também, mas é muito mais complicado”.
Por Lucas Valença
