Há seis dias das eleições para os presidentes do Brasil, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, comentou que pouco estava assistindo às propagandas eleitorais. Durante uma palestra, ele citou que, no debate realizado no último domingo (28), a presidente Dilma falou que foi no governo dela que a Polícia Federal investigou o caso da Petrobrás. O ministro concluiu dizendo que não é função da presidente nenhum tipo de investigação e que o fato passou despercebido pelos presidenciáveis e jornalistas.
Ao abordar a reforma política que aconteceu no país nos anos de 1881, na época do império, onde o número de eleitores diminuiu por eliminar o voto dos cidadãos analfabetos, Joaquim Barbosa se mostrou cauteloso em relação ao assunto. “Nota-se que ultimamente se fala muito em reforma política. Mas tem que ser ter muito cuidado com essas reformas, porque às vezes o resultado é o oposto daquilo que se espera.”, alertou o ex-ministro.
Em relação a fraudes em eleições, Joaquim Barbosa se mostrou bastante otimista. Disse que consegue enxergar um progresso eleitoral muito grande no país. O uso de urnas eletrônicas, que começam a ser usadas este ano, é um grande avanço que permite mais certeza do candidato eleito. “O que é essencial é que processo político brasileiro pelo menos permite a alternância. Não temos o mesmo grupo encarapitado no governo ou em outras esferas. Pelo menos não queremos isso”, comemora.
Um grande problema para Joaquim Barbosa é o excesso de partidos e a origem do dinheiro que os mantém. Ele relembrou seu voto, enquanto ainda estava no STF, pela eliminação do financiamento privado. “Essa é uma das fontes de corrupção e permutação da vida política. (…) Eu penso que participação política é uma prerrogativa do cidadão e não de empresa. Em suma, temos muita coisa ainda para reformular.”
Ouça mais da palestra no boletim abaixo:
Por Marlice Pinto e Bruna Goularte