Só 3 mulheres na Comissão de Reforma Política

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Apesar do discurso dos partidos de garantir uma maior participação das mulheres na política, apenas três deputadas compõem a Comissão que trata da Reforma Política no Congresso. Para discutir com 31 homens, estão  Josi Nunes (PMDB-TO), Renata Abreu (PTN-SP) e Moema Gramacho (PT-BA). Elas representam uma porcentagem de 10%, número que se reflete em todo o parlamento. “O avanço na lei de cotas, exigindo 30% de candidatas na política, não garante mulheres eleitas”, lamenta a deputada Josi Nunes. Dos 513 deputados federais eleitos em 2014, 51 são mulheres.
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Enquanto na população do país, o número de mulheres é superior ao de homens, a participação na vida pública mostra-se tímida. A deputada Josi Nunes relata que para os partidos cumprirem a cota de 30% de candidatas, buscam mulheres aleatoriamente apenas para cumprir a exigência legal. Para a parlamentar é preciso ampliar o número de mulheres na política com o objetivo de conquistar mais direitos. “Acho que é uma questão de conquista de espaço”, alerta.

 

Para o relator da comissão de reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), a proposta  de lista fechada é de “grande” avanço para as mulheres, já que os partidos se veriam na obrigação de colocar mulheres na lista. Caso contrário, “teria uma reação contrária da população”. Medida igualmente discutida pelas deputadas Josi Nunes e Moema Gramacho, defende uma alternância de uma mulher para cada dois homens na lista. Já a deputada Renata Abreu se posiciona contrária à proposta. Ela argumenta que a tendência é que as pessoas votem nos seus candidatos e não por meio de partidos políticos.

 

Resistência

 

A deputada Moema Gramacho adverte que, historicamente, as diferenças sociais das mulheres com relação aos homens são “enormes”. Não ocuparam cargos de chefia nas empresas, recebem salários menores para as mesmas funções e consequentemente a maioria dos partidos não investem na formação, preparação e financiamento das candidaturas delas. Ela defende o financiamento público de campanha como solução para uma maior participação da mulher na política. A pauta defendida pela deputada Renata Abreu, também acredita que existe uma crise partidária, onde a população deseja votar nas pessoas e não nos partidos.

 

A deputada esclarece que é possível uma reforma abrangente. “Se a população, os movimentos sociais, centrais sindicais, OAB, entre outros, ocuparem esta Casa e fizerem a mobilização necessária, talvez possamos fazer uma reforma política mais ou menos”.

 

A deputada Renata Abreu entende que as duas “grandes” lutas das mulheres são para que este percentual não seja às vagas das candidaturas, mas para a compo

Congresso é formado por 90% de homens e 10% de mulheres. Foto - Vitor Sá (Creative Commons)
Congresso é formado por 90% de homens e 10% de mulheres. Foto – Vitor Sá (Creative Commons)

sição das Casas. “Isso é similar ao sistema e cotas raciais implementado em diversas universidades brasileiras”. Renata Abreu acrescentou que a PEC enviada pela deputada Luiza Erundina garante na composição da mesa, a participação feminina: “é de grande avanço para a minoria”, complementou.

Por Lucas Valença – Agência de Notícias UniCEUB

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