Além de ouvir, psicólogo deve dialogar com paciente, diz profissional

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Entre as funções do psicólogo, a de escutar o paciente é a principal. Mas, por meio de um engajamento recíproco, o diálogo toma forma orientado pelo saber teórico do profissional com o objetivo de resolver os problemas de quem os procura. Portanto, conversar com o paciente é uma premissa fundamental, afirma a professora de psicologia Valéria Mori.

A observação dela aconteceu durante a palestra sobre psicologia crítica na manhã desta terça-feira (3/10), no XV Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão do UniCEUB, e trouxe questões acerca do discurso e da subjetividade. A professora Valéria comentou, também, que esse diálogo não precisa ser oral. Portanto, na psicoterapia são utilizadas diferentes formas de comunicação como a escrita, a ilustração, a pintura, colagens, entre outras.

A mesa redonda contou, predominantemente, com estudantes e especialistas da psicologia. Além do educador, também integrou a discussão o professor Daniel Goulart. Segundo ele, o discurso depende de uma motivação pessoal e está relacionado com a realidade em que os indivíduos estão inseridos diante de determinados assuntos.

Simplificando, duas pessoas podem sentir a mesma angústia mas este sentimento pode ser motivado por fatores completamente diferentes e discursos distintos podendo ser algo relacionado à raça, gênero, religião, entre outros. Os especialistas destacaram que, com as mudanças ocorridas ao longo do tempo, no estudo da psicologia, a análise do discurso também se alterou.

A professora Valéria deu destaque à importância do estudo teórico da psicologia em todas as suas vertentes e relação com a prática.  “As hipóteses da análise do caso de um paciente  em uma situação de psicoterapia são dadas por um embasamento de estudo. A teoria possibilita hipotetizar e seguir diferentes caminhos para que, através do diálogo, o problema seja resolvido, levando em conta sempre a subjetividade de cada um, ou seja, a forma como a pessoa sente o próprio mundo.”

Estudante do 3º semestre de psicologia, Carolina Campos, 25 anos, comentou que a palestra completou o conteúdo que está estudando no momento. Para ela, o que mais chamou atenção foi a teoria e a prática atreladas na psicologia. “Acredito que na psicologia, para chegarmos à prática, sempre há um estudo fundamentado em pesquisa antes. Ela sempre é antecedida por uma base teórica, mesmo que seja o senso comum”, comentou.

Estudo latino americano

O professor Daniel contou que esta teoria é um estudo de origem latino-americana, abordada principalmente pelo professor cubano Fernando González. O que é um fato importante, pois a psicologia ainda é uma ciência predominantemente europeizada, sendo que a maioria dos estudos são baseados nesse contexto. “Ainda temos uma psicologia que é profundamente colonizada no Brasil. Isso você pode ver nos principais manuais de psicologia e nas grades curriculares da maioria das universidades”, ressalta Daniel.

Professores Valéria Mori e Daniel Goulart no debate Foto: Maria Carolina/Agência de Notícias

Maria Carolina de Morais e Thaís Batista

Sob supervisão de Isa Stacciarini

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