Barbeiro se descobre como artista e se livra do crack

COMPARTILHE ESSA MATÉRIA

 

barbeiro
Foto: Arquivo pessoal

O desenho tribal feito com a máquina de corte de cabelo. Na cabeça, os fios contornam nomes, rostos e até desenhos de ídolos. Tudo é possível para o barbeiro-artista Lucimar Carvalho, de 21 anos, que se tornou uma sensação na cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO), a 42 km de Brasília. Ele tem um salão com quatro cadeiras que tem atraído clientes da periferia e do centro daquela cidade. A novidade em nada se assemelha a outras realidades que ele já experimentou. Infância carente, separação dos pais e, depois, envolvimento com drogas.

Aos 13, passou a sonhar em cortar cabelo. Mas nada dava certo. Passou a usar crack. Sozinho do mundo, pegou R$ 100 emprestado com um parente e veio tentar a vida em Brasília aos 17 anos. Sobraram R$ 30 para tentar viver. Mas, sozinho, sem dinheiro, frequentava os subterrâneos da capital atrás de crack. O trabalho, o talento e a religião alteraram o destino do rapaz. “Morava em um cortiço com 30 casas no interior do Maranhão. Hoje em dia consigo atender 25 pessoas em um final de semana na minha barbearia em Santo Antônio do Descoberto (GO). Também encontrei Jesus Cristo. A vida mudou”.

ea202534-760c-4c5d-8314-39a3577e8a89
Foto: Arquivo pessoal

A profissão foi muito importante para superar o crack e começar uma nova vida, segundo o barbeiro, que aconselhou as pessoas a fazerem esportes e ocupar a mente. “A droga influencia bastante a fazer coisas que não deve. Eu acho que o que faz a pessoa sair da droga é a força de vontade”. O ex-dependente químico contou que um amigo o chamou para ir à igreja e, ao chegar lá, aceitou Jesus Cristo como o salvador e, instantaneamente, perdeu a vontade do vício.

“Nunca precisei ir numa clinica de reabilitação. O subconsciente carrega mágoas, então procuramos na droga um refúgio e o pior de tudo é que não se encontra”. Ele lembra que chegou a fumar 60 cigarros em um dia, o que, logo depois, gerava abstinência da droga. Ele ratificou que o processo de se desvencilhar do vício foi muito natural e que parecia nunca ter usado antes. Hoje, Lucimar Carvalho se considera um vitorioso. “Não falta trabalho para mim. Consegui comprar um carro e hoje lembro do que aconteceu como um aprendizado. Como se não tivesse vivido tudo aquilo”, afirmou.

Por: João Victor Bachilli e Letícia Rodrigues

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.

Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.

SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.

A Agência de Notícias é um projeto de extensão do curso de Jornalismo com atuação diária de estudantes no desenvolvimento de textos, fotografias, áudio e vídeos com a supervisão de professores dos cursos de comunicação

plugins premium WordPress