Alertar a população para o risco da automedicação a partir de informações pela internet tem sido pauta de discussões de profissionais de saúde. Segundo o especialista Jeancarlo Fernandes Cavalcante, do Conselho Federal de Medicina (CFM), as respostas dos medicamentos são manifestadas de forma diferente e, assim, o uso indiscriminado de medicamentos pode ser perigoso. “Uma pessoa pode se curar e outra não usando o mesmo medicamento. Houve uma resposta diferente de cada um”, afirma.
Confira entrevista com o especialista Jeancarlo Fernandes Cavalcante, do Conselho Federal de Medicina (CFM):
Para fugir dessas perigosas informações disponíveis na internet, Cavalcante sugere que se busque informações sobre esses produtos em sites de confiança como o site da Anvisa, que segundo ele é uma das maiores agências reguladores de medicamentos do mundo. “Devemos procurar em sites confiáveis e não em qualquer site da internet”.
O presidente da SINDUSFARMA, Nelson Mussolini lembra que há uma baixa fiscalização nas farmácias para as compras desses medicamentos que exigem a prescrição médica e sugere como solução o fechamento dessas lojas. “Medicamento tarjado é vendido livremente no país”, afirmou
Conflito entre médicos e a indústria farmacêutica
“É necessário ter ética no relacionamento entre um médico e um farmacêutico”, explicou o Jeancarlo Cavalcante durante a sua fala. Para ele, não há duelo entre médicos e farmacêuticos, e sim alguns conflitos de interesses e lembrou que deve-se respeitar a máxima da medicina, que é promover a saúde. “Não se deve colocar os interesses secundários acima do interesse primordial da medicina”, disse.
A venda sem prescrição médica
Quanto a venda irregular desses fármacos, o doutor lembra que os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) são os medicamentos permitidos pela a ANVISA a serem vendidos livremente, porém os remédios fora dessa categoria são perigosos e devem ser comprados com a devida cautela e com uma prescrição médica.
Os médicos cubanos
A respeito da permanência dos médicos cubanos no Brasil, o doutor afirmou que ninguém deveria ser contra se levar médico para um lugar carente desses profissionais e critica a forma como o programa Mais Médicos foi manejado. Segundo ele, trazer médicos sem a revalidação de diplomas faz com que isso impeça o Estado de inferir a qualificação desses profissionais. “É preciso que o novo governo exija um projeto de revalidação dos diplomas assim como todos os países com programas semelhantes ao Mais Médicos”, afirmou.