O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em pesquisa realizada em junho do ano passado, apontou que nada menos do que 14 milhões de pessoas deixaram de trabalhar por apresentarem o atestado médico. Esse número corresponde a cerca de 7% da população, que citou a gripe e o resfriado em mais de 17% dos casos de afastamento das atividades. Assim, trabalhadores e empregadores chegam novamente em 2016 no momento mais crítico de afastamentos, segundo a pesquisa.
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A médica Meliane Teixeira Cardoso afirma que o número de pacientes aumenta durante o período do inverno e explica que o tempo de afastamento das atividades do trabalho depende da infecção que a pessoa apresenta, que pode chegar a sete dias. “Se for uma gripe ou resfriado, como é causado por um vírus, o paciente não precisa se ausentar do trabalho, mas caso ele esteja comprometido, com febre, deve ficar afastado de três a cinco dias. Mas quando é uma infecção bacteriana como sinusite e amigdalite, é necessário um tempo maior, de cinco a sete dias”, explica a médica.
Ouça trecho de entrevista com a médica
A servidora do SESI Gilvana Dourado precisou de atestado médico neste mês e conta que “infelizmente”, ao voltar para o trabalho, por este ser um ambiente com forte ar condicionado, sua gripe piorou. “Fiquei seis dias de atestado por causa de uma gripe forte, voltei ao trabalho e por ter contato com o ar condicionado tive uma piora após três dias trabalhando. A gripe acabou por se tornar uma pneumonia, o que resultou em outro atestado de mais quatro dias”, comenta Gilvana.
A queda no número de funcionários aptos para exerceram suas funções rotineiras, se torna um obstáculo para empresas e instituições dos mais diversos segmentos.
Ar condicionado
A jornalista Juliana Nepomuceno, comenta que no local de trabalho não ocorrem campanhas de conscientização, o que, para ela, deveria acontecer. “Não são comuns campanhas de conscientização no trabalho. Acho que até deveria acontecer, mas isso infelizmente não é uma rotina. Apenas vejo alguns planos de saúde que fazem campanhas para incentivar a vacinação de alguns tipos de gripe”, afirma Juliana.
Ela acrescenta que é bastante comum observar funcionários irem trabalhar mesmo doentes, o que não é bom nem para eles, nem para os demais no local. “Alguns funcionários, mesmo doentes, optam por ir ao trabalho, o que prejudica eles mesmos, devido também ao ar condicionado, e os colegas que podem ficar infectados”, explica.
Por mais que o clima seja propício a esses tipos de doença, a médica Meliane Cardoso aponta precauções que podem ser tomadas para evitar o contágio. “Como precaução, o ar condicionado deve ser limpo de seis em seis meses e mesmo assim, ser evitado durante o inverno, ventiladores também”, afirma. Outro ponto importante citado pela médica é quando for tossir colocar o braço na frente e não a mão, e recomenda ainda, não sair de casa com o cabelo molhado e dentro do ônibus deixar as janelas sempre abertas.
Por Natália Pires