Improviso: pacientes no Gama reclamam de atendimento em anfiteatro de estádio há 3 anos

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Atendimento de pacientes que iam ao posto nº 08 do Gama é feito na parte debaixo dos arquibancadas do Bezerrão  desde 2015.

O posto de saúde nº 08 do Gama, voltado a atender uma comunidade de 3.750 famílias, encontra-se fechado desde maio de 2015. Deste então, pacientes são recebidos em estrutura improvisada no anfiteatro do Estádio Bezerrão, a 750 metros de distância.  Segundo a Secretaria de Saúde, a reforma deve ser retomada no segundo semestre deste ano. Uma nova licitação será aberta, segundo o o governo. As obras paradas seriam para adequação do atendimento ao deficiente, além de reformas estruturais (hidráulicas e elétricas).

Para uma paciente identificada como Maria*, que depende do atendimento da unidade e foi atendida no local improvisado pela gerência da unidade, o que mais a prejudicou foi a falta de privacidade ao ir ao ginecologista “Lá são aquelas paredes móveis, o paciente não tem privacidade. Fui atendida em um cubículo. A estrutura é horrível.” A unidade de saúde foi instalada em um local de difícil acesso. Além disso, não há sinalização de que o centro de saúde está ali.  Os pacientes reclamam ainda sobre a falta de banheiros o suficiente no local. Há apenas dois sanitários.

 O espaço do anfiteatro foi dividido por biombos e as salas são consideradas pequenas pelos pacientes. O espaço de atendimento é logo abaixo das arquibancadas do estádio Bezerrão, o que explica a altura do teto. Os fios elétricos são soltos pelas paredes rachadas. Não há ventilação no local e muito menos ar condicionado para os dias de calor. Durante os dias chuvosos, os pacientes precisam tomar cuidado com as poças de água em frente à porta de entrada. As mulheres grávidas ou de resguardo que buscam atendimentos ginecológico precisam se acomodar em assentos também improvisados, pois só são duas cadeiras apropriadas.
 Pacientes relataram que o centro de saúde está sem médico ginecologista e quem está responsável por esta demanda é um enfermeiro. A equipe de reportagem procurou três vezes a chefe da unidade, mas foi informada que a responsável pelo local trabalha em outro centro de saúde e não conseguiu localizar a servidora. A Secretaria de Saúde não comentou sobre as queixas.
Segundo Secretaria de Saúde, obras do posto, que aparenta abandono, devem ser retomadas no segundo semestre. Pessoas em situação de rua têm aproveitado o local para abrigo.
A obra situada ao lado do Hospital particular Maria Auxiliadora está abandonada. Não há placas com informações sobre a reforma e pessoas em situações de rua estão ocupando o local.
O Sindicato dos Servidores de  Saúde não quis se manifestar sobre a situação da unidade. Segundo a Secretaria de Saúde, as obras foram paradas no mesmo ano porque a empresa decidiu encerrar o contrato. A segunda empresa colocada na licitação foi chamada, mas não teve interesse. Aproximadamente, 70% da obra, orçada em R$ 3 milhões, ainda precisa ser concluída.
Por Marília Sena (texto e fotos)
Supervisão de Vivaldo Sousa e Luiz Claudio Ferreira

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