No silêncio do hospital,
Uma história aqui nasceu:
Uma mulher sonhou seu parto,
Mas a violência apareceu.
Saiu de casa confiando,
No hospital foi chegando,
E a tragédia então aconteceu.
Com sete dedos de dilatação,
Chegou firme, decidida,
Pediu analgesia no pronto,
Foi atendida, mas sem acolhida.
O médico de confiança ausente,
Foi outra doutora presente
Que decidiu por nova investida.
Mesmo com histórico de risco,
Com cesáreas no passado,
A médica, sem consultar,
Aplicou ocitocina — errado.
O útero então se rompeu,
O bebê o ar perdeu,
E o parto virou fado.
Sem reconhecer a emergência,
A equipe falhou de novo:
Entregaram o bebê sem vida,
Sem resposta, sem socorro.
A mãe viu seu filho apagado,
Nas mãos, o corpo gelado,
E o grito preso no choro.
A neonatologista correu,
Fez reanimação apressada,
O bebê respirou de novo,
Mas ficou a dor marcada:
Foram trinta e oito dias de UTI,
Paralisia cerebral a emergir,
E uma vida transformada.
A mãe, sem útero, sem ovário,
Com hemorragia sem atenção,
Foi largada em recuperação,
Até uma enfermeira, com ação,
Clamar por intervenção urgente,
Salvando ali a vida da paciente
Que já sentia a morte na mão.
Veio a denúncia no Conselho,
Processo, luta, resistência,
Mas a Justiça, de olhos fechados,
Reforçou a indiferença:
Responsabilizaram a mulher,
Ignoraram o que ocorreu ali,
E a violência seguiu sem sentença.
Hoje, a vítima dessa história
Transforma dor em militância:
Defende o parto respeitoso,
Clama por nova esperança.
Pede que a mulher estude,
Que lute, que nunca se iluda,
Que conheça seus direitos de infância.
O caso expõe uma realidade:
No ensino médico ainda se erra,
Faltam respeito e humanidade
Na lida com quem gera.
Sem mudança na formação,
Persistirá a agressão
Contra quem traz vida à Terra.
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Por Danyelle Silva
Supervisão de Luiz Claudio Ferreirta