Desde o ano de 2008, o Distrito Federal não apresenta surto da febre amarela. No entanto, houve três casos suspeitos da doença neste ano na capital. O último foi o do psicólogo de 43 anos que faleceu dia 27 de novembro e estava hospitalizado em estado grave desde 19 de novembro. Ele havia circulado em condomínios e na área rural do Jardim Botânico ao procurar uma casa para comprar. Depois desse caso, a procura pela imunização contra a febre amarela cresceu.
Enquanto os profissionais investigam as suspeitas, especialistas apontam que a população deve se informar sobre essa doença infecciosa febril aguda e que não há motivo para pânico. A febre é causada por um vírus que possui dois ciclos epidemiológicos distintos de transmissão: silvestre e urbano. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, o controle da doença é feito com ações de combate ao agente transmissor da doença. Na área urbana, o mosquito aedes aegypti, e na área rural e florestal os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Os sintomas da doença são: febre alta, dores no corpo e nas articulações, náuseas e vômito, calafrios, icterícia (pele e olhos amarelados) e hemorragia (em gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). A medida mais importante para prevenção e controle da doença é a vacinação que apresenta eficácia de 95% a 99%. Ela pode causar eventos adversos como febre, dor local, dor de cabeça, dor no corpo, assim como qualquer vacina ou medicamento. A enfermeira Fabiana Saraiva da Unidade de de Saúde nº 10 do Lago Norte diz que os efeitos colaterais da vacina da febre amarela existem, mas são mais raros que os das vacinas do HPV e da antitetânica.
A vacina não é indicada em alguns casos, como para gestantes, mulheres amamentando crianças até os seis meses de vida, pessoas em tratamento de quimioterapia, radioterapia e que tomam corticoides em doses elevadas, transplantados, pessoas com reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina e pessoas com reação alérgica grave ao ovo.
Vacinas disponíveis
A Secretaria de Saúde do DF afirma que há vacina disponível em todas as Salas de Vacinas das Unidades Básicas de Saúde e que realiza ações em todo o DF. As ações em outras regiões do Entorno são de responsabilidade das secretarias de saúde locais, a secretaria municipal de saúde, ou a do Estado de Goiás.
O governo esclarece ainda que as doses são enviadas aos Estados e Municípios pelo Ministério da Saúde e que no Distrito Federal o estoque fica tanto nas Unidades Básicas de Saúde quanto na Rede de Frios, que as recebe, armazena e distribui para as Salas de Vacina.
No caso da vacina para crianças, deve-se seguir o calendário de vacinação infantil. Basta levar a criança à uma Unidade Básica de Saúde e procurar a Sala de Vacina para receber a dose.
A vacinação em adultos é realizada em uma só dose, segundo a recomendação da OMS. Essa dose única deixa a pessoa imunizada para toda a vida. O adulto deve procurar a Sala de Vacina de uma Unidade Básica para a imunização.
A enfermeira Fabiana Saraiva, do Centro de Saúde nº 10 do Lago Norte, diz que a dose única pode ser ministrada dos nove meses de idade até os 59 anos. A partir dos 60 anos o paciente precisa fazer exames médicos e ter em mãos a recomendação médica para se vacinar.
Segundo a Secretaria de Saúde, a importância epidemiológica da doença é grave, mas a vacina contra a febre amarela já faz parte do calendário de vacinação básica do Distrito Federal, considerado “área de risco”, e dos estados onde há risco de contágio – Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo – e está disponível também no restante do país.
A imunização pode ser aplicada a partir dos seis meses de vida. A recomendação de vacinação é para quem vai viajar para as áreas de risco ou quem não tenha se vacinado nos últimos dez anos e mora nessas localidades, de acordo com orientação da Secretaria de Saúde do DF. A vacina tem que ser inoculada dez dias antes da exposição da pessoa às áreas de risco para ter efeito. No Brasil, o Ministério da Saúde pede, por precaução, o reforço das duas doses por causa do histórico registrado de casos de febre amarela.
Fabiana Saraiva ensina que embora não tenha havido recomendação de surto por parte dos órgãos do governo do DF, deve-se tomar alguns cuidados contra o mosquito com o uso de repelentes, de roupas adequadas e de se evitar locais com surto de migração. A enfermeira esclarece que há um período de incubação da doença e a pessoa pode levar a doença de um local de surto para o local de moradia e infectar outras pessoas.
Por Claudia Sigilião