O núcleo rural Vargem Bonita, a 17 km de Brasília, se destaca como região produtora de alface no Distrito Federal. A área fica entre o Núcleo Bandeirante e o Park Way. Todo ano são plantados 320 hectares de alface e vendidos para os consumidores de Brasília. Entretanto, os produtores são ameaçados na época da seca pela concorrência no local. A gerente-técnica da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) de Vargem Bonita, Desiree Duarte, explicou que no período da seca é mais fácil produzir os alimentos, já que o controle de doenças e pragas é maior.
Para a especialista, o excesso de oferta nesse período desincentiva os produtores na região. Segundo gerente da Emater, quando o preço está muito abaixo do ideal. Os agricultores nem colhem as mudas de alface. “Passa o trator em cima e planta de novo”. Desiree Duarte disse, contudo, que os produtores já estão acostumados com o preço mais baixo na época da seca e usam esse período para fazer manejo no solo. Ela afirmou que a produção familiar, o mercado consumidor e o conhecimento agrícola dos moradores da região são propícios ao plantio da folha.

A técnica ainda disse que a história do núcleo rural é benéfica para a plantação. Segundo a funcionária da Emater, Vargem Bonita foi um dos primeiros núcleos rurais do Distrito Federal. A cidade surgiu durante a construção de Brasília para servir como uma rede de abastecimento da nova capital.
Nessa época, muitos imigrantes de famílias japonesas vieram para o local para tentar desenvolver o trabalho. Esse foi o caso da família do produtor Alexandre Kusaba, de 40 anos. A família de origem japonesa vivia em São Paulo, quando recebeu a proposta de uma terra para plantar.
O produtor planeja cada vez mais investir em maquinário e tecnologia para poder aumentar o plantio. Ele disse que, ao começar, não tinha equipamento. Kusaba pegava emprestado com o pai todo o material necessário, trator, faca, enxada. “Aí hoje mesmo tudo eu ‘tô’ conseguindo comprar com o meu dinheiro. Tudo com o dinheiro da chácara”.
O produtor reforçou de que, apesar de ser a maior parte da produção, não planta só alface, mas também cultiva gengibre, inhame e outras hortaliças. Kusaba contou que sofre na época da seca com a concorrência produtores de outras cidades, mas reforçou que tem um mercado consumidor confiável e que uma parcela da produção já está garantida. Ainda assim, ele disse que aconselha os dois filhos a estudarem para tentar uma vida mais urbana, já que, muitas vezes, é difícil sobreviver com plantação.
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Por Jade Abreu