Após a divulgação dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam queda superior a 11% no desmatamento da Amazônia e do Cerrado entre agosto de 2024 e julho de 2025, especialista destaca que apesar da desaceleração, é necessário permanecer com ações de prevenção.
Para a professora e ambientalista Magnólia Oliveira, a queda do desmatamento é um avanço importante, mas ainda insuficiente para grandes comemorações. Ela ressalta que os 5.796 km² de floresta perdidos na Amazônia e os 7.235 km² no Cerrado continuam sendo números expressivos, capazes de impactar ecossistemas inteiros, bem como comunidades locais e a biodiversidade.
Segundo a ambientalista, a diminuição no ritmo das derrubadas tem relação direta com o fortalecimento das políticas públicas e do monitoramento. “O que mais contribuiu foi o monitoramento por satélite, aliado a políticas de proteção ambiental e ações de desenvolvimento local”, explica.

Apesar do recuo, Magnólia afirma que o país ainda está em um movimento inicial de recuperação. Para que a tendência seja sustentável, ela defende continuidade das ações. “Só será possível manter essa trajetória com fiscalização forte, políticas ambientais estáveis, crédito sustentável e comunidades apoiadas”, afirma.
A especialista também chama atenção para as diferenças entre os estados. No caso de Mato Grosso, que teve aumento superior a 25% nas derrubadas, ela atribui o cenário à forte pressão agropecuária e à necessidade de intensificar as políticas de controle.
Segundo Magnólia, a redução do desmatamento traz impactos imediatos, como maior proteção aos recursos hídricos, diminuição de emissões de CO₂ e menor perda de habitat. Porém, ela ainda alerta que qualquer enfraquecimento das políticas ambientais pode fazer os índices voltarem a subir.


