Dia da dança: “o break me salvou”, diz dançarino da Ceilândia

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“A dança salvou e me reergueu!”. Assim que Samuel Henrique, 23, que teve a perna amputada aos 14 anos de idade, garante que a prática artística foi fundamental para a vida dele. O dançarino, do estilo break, que vive na Ceilândia, conheceu a dança através de um projeto social na cidade administrativa do Recando das Emas, no ano de 2010. Nesta quinta (29), dia da dança, o exemplo de Samuel pode inspirar outros dançarinos a superarem limites.

 

Um novo cenário

A vida virou de ponta-cabeça quando descobriu um câncer no fêmur da perna esquerda, quando tinha apenas 10 anos de idade. Foi na arte que ele redescobriu a esperança.

Aos 14, teve a perna amputada e, após 2 meses de ter feito a cirurgia, Samuel passou a levar a sério os treinos de break, uma dança de rua que é caracterizada por ter movimentos rápidos, explosivos e com impacto.

O dançarino acredita que poderia ter uma vida triste sem a dança e afirma que essa atividade entrou no momento certo. “Me deu esperança no momento mais difícil da sua vida”.

Em 2015, viveu uma crise por ter dificuldade em aceitar a amputação. Segundo ele, a ficha não caía que estaria sem uma perna para sempre, e concluiu que foi preciso juntar forças para superar este pensamento, “Me adaptei perante as minhas dificuldades para poder evoluir”.

Visibilidade

Samuel já visitou 20 países e foi convidado para integrar um grupo internacional de dançarinos com alguma limitação motora. Ele alcançou a visibilidade depois de publicar vídeos seus no Instagram (rede em que hoje ele tem perto de 60 mil seguidores).

Nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, Samuel recebeu uma proposta para se apresentar para os atletas. E não pensou duas vezes. Agarrou a oportunidade e se entregou ao caminho, ou melhor, ao ritmo da dança. Depois da apresentação, começou a trabalhar definitivamente com a dança.

A primeira viagem internacional ficou marcada em sua memória, a realização de um sonho antigo foi possível pela dança. Hoje, Samuel vive da dança, viaja o mundo e recentemente no ano de 2020, fez participação no filme da Netflix A dançarina Imperfeita.  A mãe, Edilene, teve grande importância na sua trajetória e é fã do trabalho do filho. Samuel se considera muito feliz por poder retribuir isso a ela.

Por Beatriz Souza

Colaborou: Ana Carolina Pessoa

Imagens:

Fotografia: Will Robson / Divulgação
Vídeos: Will Robson / Divulgação e Yully Noronha / Divulgação

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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