É como se o trabalho não tivesse fim. Como se o dia não acabasse mais. Desde o momento em que começam o expediente até o último minuto, antes de irem embora. E piora quando moram na casa dos patrões. Expediente é toda hora. Da hora que acordam até quando, finalmente, vão dormir. “Já cheguei a trabalhar 19 horas em um dia”, conta A.S.. Professora formada pela Universidade de Franca, em São Paulo, viu na profissão de empregada doméstica a possibilidade de sustento da família, num momento de dificuldade. Através de um site de anúncios, encontrou um emprego para dormir na casa dos patrões na Asa Sul por um salário de R$2 mil. Os patrões tinham um bebê de nove meses. Mas era ela quem cuidava da criança até de madrugada. Histórias como a dela chamam a atenção para o desrespeito aos direitos trabalhistas para a categoria.
“Havíamos combinado que eu dormiria no quarto do bebê, mas eu não imaginei que nunca mais eu dormiria” afirma. Além do trabalho durante todo o dia, o bebê acordava durante a noite, e cabia à A.S. levantar para cuidar dele. “Eu não recebia as horas extras”. Apesar do cansaço, ela não pensou em desistir ou buscar seus direitos. Mandava metade do salário para a família, e sabia que eles precisavam do dinheiro. “A vida é assim mesmo, meus pais precisavam muito de mim, então segui em frente”, conta.
CONFIRA A MATÉRIA NA ÍNTEGRA.