A crise no mercado brasileiro atualmente tira as pessoas da zona de conforto e faz os mais criativos e empreendedores conseguirem aproveitar as dificuldades criadas para terem novas ideias e saírem da crise, segundo a especialista em marketing Ligia Fascioni, que é doutora em engenharia de produção.
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“Os obstáculos estão em todos os lugares, em todos os órgãos, na falta de infraestrutura, na falta de cultura para o empreendedorismo. Ser empresário é algo mal visto”, comenta a especialista sobre, em sua opinião, o maior entrave para a geração de um ambiente de inovação, o governo dificultar ao máximo o empreendedorismo.
Ligia Fascioni evidenciou que, cada vez mais, se perde as melhores cabeças para o serviço público, que oferece melhores salários e segurança e, com isso, perde-se grandes oportunidades de criação de valor. “O desperdício de talentos só vai parar quando se começar a pensar em longo prazo. Sem isso, o Brasil dependerá sempre de heróis, o que não é uma boa estratégia”.
Para a engenheira, criar um vasto repertório de experiências é a melhor saída para a inovação. Entretanto, nosso poder de síntese das informações pode ficar comprometido dado a velocidade com que elas possuem nos dias de hoje. Diante disso, a especialista salienta a importância de evitar fazer julgamentos do que é bom, ruim, melhor ou pior. “A ideia é aproveitar todas as oportunidades para que nosso cérebro tenha que desenvolver uma nova conexão neuronal. Sentir e experimentar, assimilar as novas informações sem ficar comparando com o que é conhecido”.
Ligia cita o momento em que o colunista de negócios da revista época, Clemente Nóbrega, fala que os riscos de se empreender no Brasil é desproporcional aos ganhos e complementa dizendo que quanto mais radical a inovação, mais alto é o risco de acabar com uma empresa falida e cheia de dívidas. “Se você não tem garantias que receberá uma retribuição à altura dos resultados que conseguir, para que se arriscar tanto?”.
Por: João Victor Bachilli