A Video Game Show aconteceu no final de semana entre os dias 11, 12 e 13 de outubro e contou com diversos eventos relacionados a cultura gamer da capital federal. Entre eles alguns campeonatos de E-sports com jogos como o Efootball 2024 e Counter-Strike 2.
O Campeonato contava com 8 times, tinha uma taxa de inscrição de 250 reais por equipe e teve prêmios de mil reais para o primeiro colocado, 500 reais para o segundo e 250 reais para o terceiro e quarto lugar. O evento reuniu vários amantes da cultura dos videogames que aproveitaram a ocasião para exercitarem as habilidades com o controle gamer e se divertirem.

A Agência CEUB esteve presente acompanhando a competição e entrevistamos um dos jogadores de Counter-Strike 2 que estava participando do torneio. Um desses entusiastas é o programador e jogador de Counter-Strike, Mateus, de 25 anos, que participou pela primeira vez de um campeonato de vídeo-game.
Mesmo com um resultado não muito esperado, Mateus afirma que a experiência foi incrível e que, apesar da derrota, aguarda a próxima oportunidade para “dar o troco” nas equipes adversárias.
“A experiência de poder jogar com os amigos é sempre boa e é o meu primeiro campeonato, a gente não é profissional. A equipe adversária, a Raptors jogaram muito, deram um amasso na nossa equipe e não tem muito o que fazer. Agora é treinar para que em uma próxima oportunidade a gente dê o troco nas equipes.”

Mateus é um amante dos vídeo games e está sempre presente em eventos geek em que os jogos digitais estejam presentes. Ele e seus amigos toparam o desafio e querem iniciar sua jornada em torneios de vídeo games profissionais dedicando ao menos 2 horas por dia para praticarem suas habilidades no Counter-Strike 2.
“Eu trabalho mais do que jogo. Nós somos jogadores casuais e estamos discutindo a ideia de começarmos em torneios esse ano, mas em torno de 1h30, 2h por dia a gente joga junto, se diverte e é o que vale”, destaca o jogador.
O jogador comentou sobre o nervosismo na estreia de sua equipe em uma competição de jogos digitais. Mesmo um pouco nervosos a sua equipe soube controlar a adrenalina após 3 rounds jogados. Além disso, Mateus e seus amigos aproveitaram para curtir o evento e as outras atrações disponíveis para deixar a experiência ainda mais divertida.
Oportunidade
E por falar em outras experiências, o Vídeo Game Show também deu oportunidades para que até mesmo pessoas de outros países vendessem sua arte, como o exemplo da senhora japonesa Takako Nakano.
A empreendedora japonesa aproveitou o evento para comercializar itens originários de seu país natal.

Takako Nakano nasceu e viveu parte de sua vida na cidade de Nara no Japão, mas se mudou para o Brasil no ano de 2000 após casar com um brasileiro. Ela conta que uma das características das pessoas do Brasil que mais chamaram sua atenção é o fato de serem mais amigáveis e fazerem ela se sentir acolhida.
“Existem muitas diferenças entre os brasileiros e os japoneses e o que eu posso destacar facilmente é o fato de que os brasileiros são mais amigáveis, é um povo mais alegre e fácil de fazer amizades”, afirma Takako.
Eventos com foco na cultura geek e jogos sempre contam com a presença de artistas, que aproveitam o grande número de pessoas e fãs para exporem seus trabalhos artísticos. Os artistas Paulo Peres, 38 anos, e Rafa Bonfim de 49 anos, que enxergam eventos como o vídeo Game Show como uma boa oportunidade para complementarem sua renda e exporem suas paixões.
Paulo é publicitário de profissão, mas no tempo livre gosta de se dedicar ao seu hobby como quadrinista, já Rafa Bonfim é professor de artes no ensino fundamental, tatuador e quadrinista.
Busca por espaço nos eventos geek
A dupla de artistas já está há um ano e meio em atividade nos eventos da cultura geek comercializando seus produtos artísticos e acumulando experiência. Porém eles afirmam que muito além da experiência divertida os artistas ainda lidam com várias dificuldades e buscam uma espaço maior entre as atrações para que sejam mais vistos visando uma valorização melhor de seus trabalhos.
Em muitos eventos o trabalho dos artistas independentes é subvalorizado pela organização dos espaços, que tratam o trabalho dos artistas como uma forma de “tapar um buraco”, como explicam os profissionais entrevistados pela Agência CEUB.
“Eu posso destacar inicialmente a dificuldade em relação ao valor das mesas que utilizamos para expor nossos trabalhos, e também o suporte que a organização dos eventos nos dá. A gente percebe que em alguns eventos que a nossa arte é usada apenas para tapar um buraco no evento e para que o evento possa ganhar um pouco mais em cima das mesas alugadas pelos artistas”, explica o artista Rafa Bonfim.

O artista reforça que as feiras e eventos geek devem levar em conta todos os custos necessários para que os profissionais independentes produzam sua arte, pois em algumas ocasiões preços acima do orçamento são exigidos dos mesmos para que usem o espaço dos eventos para exposição.
Além disso, a dupla de artistas comentou que apesar de gostarem de divulgarem sua arte de comercializar seus produtos, não veem com clareza a possibilidade de viverem exclusivamente desse ramo, pois ambos encaram a vida de quadrinistas como uma renda extra.
“Eu encaro muito como renda extra, eu não vivo do trabalho de vendas em si, mas para artistas que tem esse negócio como renda principal é mais complicado e a produção está ficando mais cara. Então o retorno vai vir caso você tenha um meio de produção que consiga dar mais valor ao produto, que custou menos para fazer”, explica Rafa Bonfim.
Mesmo com todas essas dificuldades, a dupla de artistas se sentiu acolhida pelo Vídeo Game Show e afirmaram que diferentemente de outros eventos, a organização deste fez com que os artistas se sentissem parte das atrações.
Por: Marcelo Thompson Flores, Gabriel Romeiro, Lucas de Moraes e Pedro Vianna
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira