Abrigos e protetores independentes estimulam adoção de animais

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Organizações não-governamentais, que implantaram abrigos, e pessoas que se tornam protetores independentes são responsáveis no Distrito Federal pelo resgate, cuidados  e promoção de feiras de adoção de animais abandonados. Sem qualquer espécie de lucro, eles relatam que foram motivados pela “gratidão” dos bichos que encontram uma nova casa.

Bruna adotou a gatinha Mel

Abrigos do DF, entre eles o “Fauna e Flora” e “Sociedade Humanitária de Brasília”, resgatam os animais abandonados e oferecem cuidados aos bichinhos, dão alimentação e banho e vacinam contra doenças. Além de ONGs, essa ação de solidariedade é feita por protetores anônimos como Lucimar Pereira, que faz parte do Projeto Acalanto, um grupo que começou em 2008 e é formado por mulheres que se intitulam “protetoras independentes”.

Segundo Lucimar Pereira, as protetoras resgatam animais das ruas em situações diversas, às vezes atropelados ou machucados de outras formas; ninhadas que estão passando frio em algum local e animais que perambulam pelas ruas em busca de comida e de um lar. As protetoras independentes levam os animais para casa e cuidam deles até ficarem prontos para serem adotados por outras pessoas.  “Após o resgate, nós cuidamos com o auxílio de um veterinário, vacinamos, castramos e encaminhamos para adoção”, explica.

Os recursos para viabilizar todos os cuidados vêm de doações, segundo salienta a protetora. Ela lamenta que, por vezes, a conta na clínica veterinária, por exemplo, fica alta e muito tempo em aberto à espera de novos recursos, que têm chegado. “Salvar um animal de rua é estar todos os dias nos tornando pessoas melhores. Eles nos ensinam com apenas um olhar a gratidão e o amor. São incapazes de nos ferir”.

20 mil nas ruas 

O apego dos brasilienses com animais de estimação se traduz em números da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE em 2013, onde 32,3% das residências do Distrito Federal possuem ao menos um cão, e 6,9% possuem um gato. Porém, essa quantidade de animais nas residências também é refletida na quantidade de animais abandonados.

Segundo entidades de adoção e proteção aos animais ouvidas pela reportagem, cerca de 20 mil cães e gatos estão nas ruas. A principal causa seria o abandono. Há dez meses, Cristiane Fragoso foi presenteada pelo pai com cachorra da raça pastor alemão de cerca de dois anos de idade. O animal ganhou o nome de uma princesa (do filme Star Wars). Leia conquistou a família.  “Eu sempre amei cachorros, mas como moro em um local muito pequeno, achava que seria muito difícil pra cuidar. Mas com a Leia, eu vi que o local não é o mais importante, e sim o amor e o carinho que você dedica a ela”.

Protetoras

Tanto quem cuida quanto quem adota são unânimes ao dizer que a principal necessidade dos bichinhos é receber amor e atenção. Foi por não ter como oferecer isso que Andressa Rodrigues encaminhou o Black para outra família. “Eu amo cachorros e sempre quis ter um, mas como saio cedo e chego sempre tarde em casa, ele passava muito tempo sozinho. Entendi que ele não merecia aquilo e doei pra uma amiga minha. A filhinha dela adorou”.

Assim como as pessoas, os animais sentem frio, fome, sede, e necessitam de amor e carinho. Tanto as mulheres do Projeto Acalanto quanto dos outros abrigos de adoção do DF exigem que as pessoas interessadas em levar os animais para casa realizem uma Adoção Responsável, e tenham consciência de que aquele bichinho será um novo membro da família, e precisa de cuidados constantes.

A gata Mel é atração  na família do André. Ele lembra que a bichana passou muito tempo caminhando no telhado da sua casa, até que a filha Bruna, então com 8 anos, pediu para que adotassem a gatinha. “Há três anos a Mel está conosco. O nome quem escolheu foi minha filha, que é muito apegada a ela”. Ele conta ainda que há um ano tentou adotar mais uma gatinha filhote, mas Mel não se adaptou e a agredia. Então, através de um anúncio no Facebook, ele e a esposa, Ana Paula, conseguiram encontrar um lar pra ela.

Sem arrependimento

Andressa, ex-dona do Black, disse que se sentia triste por não ter conseguido ficar com o cachorrinho. Cristiane, que está esperando o filho Benjamin, disse que tudo será adaptado para a chegada do bebê, mas que jamais pensa em se desfazer da “princesa” Leia. “O Ben vai crescer junto com a Leia, e ela será a protetora dele.” André conta que a filha Bruna brinca todo o tempo com a gatinha Mel, e disse que se soubesse que seria uma amizade tão grande, teria adotado um bichinho antes.

Cerca de 40 animais são adotados por semana, de acordo com as entidades. No dia 29 de outubro, um dos pontos em que era realizada uma feira de adoção há seis anos, na quadra 108 Sul, foi interditado pelos fiscais da Agefis, que alegaram ter recebido reclamações de moradores devido ao barulho dos animais no local.

Por Marília Souza

 

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