No Estadão – Conscientização e preservação ambiental foram os temas discutidos no segundo dia (5 de junho) de palestra da Semana Estado de Jornalismo Ambiental, no auditório do Grupo Estado, na capital paulista. Os temas marcaram o Dia Mundial do Meio Ambiente, estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1972, marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano.
No primeiro bloco de palestras com o tema – Desenvolvimento Sustentável – foram convidados os especialistas Ivone Namikawa, da KLABIN (foto à esquerda); Liana John, repórter e Editora na Camirim, e Juliana Cibim, coordenadora de conteúdo da plataforma Brasil Democrático e Sustentável, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). A engenheira florestal, Ivone Namikawa, coordenadora da empresa Klabin, enfatizou que nas comunidades em que a empresa está presente, ela procura oferecer mais do que oportunidades de trabalho. Prepara as pessoas para que sejam melhores profissionais e cidadãos, oferecendo acesso à saúde, assistência social, cultura e educação técnica e ambiental. “A sustentabilidade precisa estar presente nas empresas e nas rotinas das pessoas para gerar resultados”, enfatiza Ivone, durante sua palestra em que apresentou o plano institucional da Klabin.
Segundo a engenheira florestal, para produzir grandes quantidades de papel, a Klabin, têm seu próprio protocolo: o florescimento. São reservadas 40% de suas terras para matas nativas preservadas, além de manter áreas próprias com pinus e eucalipto para a fabricação dos produtos. A empresa é líder na produção brasileira de papel e maior produtora e exportadora de papel cartão, de caixas de papelão ondulado e de sacos industriais, com linha de produtos inovadores e desenvolvidos conforme as diferentes necessidades dos clientes. Segundo a engenheira Ivone, a empresa foi a primeira do setor na América Latina a possuir a certificação FSC – Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal).
Durante o debate com os estudantes que participam do curso, as controvérsias sobre o eucalipto como elemento para reflorestamento ou florescimento estiveram em pauta. Há os que acusam o eucalipto de consumo excessivo de água, deixando o solo infértil e prejudicando o desenvolvimento ambiental, logo sendo inútil para a recuperação de áreas degradadas. E outros que ressaltam que não há problema algum em fazer o plantio, desde que seja feita uma pesquisa e um detalhamento sobre os solos e a quantidade de água que a região oferece.
Sustentabilidade – A consultora ambiental do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Juliana Cibim, explicou em sua palestra que a missão do IDS é convergir e potencializar ideais e propostas que contribuam para aprofundar a democracia e colocar a sustentabilidade como valor central para a vida no século 21. Segundo Juliana, o IDS, pela proposta – Plataforma Brasil Democrático e Sustentável – vem reunindo desde 2009 importantes referências do movimento socioambiental brasileiro. A IDS é uma organização da sociedade civil, plural e apartidária que mantém parceria com o Instituto Marina Silva e Ricardo Young Silva, vereador paulista.
Para fechar o primeiro bloco do dia, a repórter e editora da Camirim, Liana John, falou sobre o desenvolvimento sustentável, alegando que ele não é o coringa em que foi transformado. Liana explicou que o jornalista para escrever sobre desenvolvimento sustentável não basta repetir antigas frases desenvolvimentistas de impacto acrescidas da palavra sustentável. Segundo ela, é preciso conhecer o conceito e verificar se ele se aplica ao tema da reportagem, uma vez que a preparação e a pesquisa são fatores decisivos para uma reportagem de excelência. “É dever do jornalista sempre ir mais a fundo, pois não é possível trabalhar com achismos e generalizações”, enfatizou Liana.
De olho nas florestas foi o tema do segundo bloco de palestras do dia. Os convidados: Tasso Azevedo, engenheiro florestal (foto); Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da S.O.S. Mata Atlântica e Dal Marcondes, jornalista da Envolverde. Tasso Azevedo, como consultor do Ministério do Meio Ambiente em questões de clima e florestas, apresentou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre mapeamento e o cálculo da taxa de desmatamento na Amazônia Legal para o período agosto/2011 a julho/2012. Segundo o INPE, foram desmatados 4.571 km² em 2012, o que representa uma queda de 29% em relação a 2011.
Por Danielly de Sousa e Elisa Whately (texto e fotos), estudantes de jornalismo e repórteres da Agência de Notícias UniCEUB