No Estadão – No total foram, quatro tardes, oito temas diferentes, 24 palestrantes, 16 horas de cursos e 120 estudantes de diversas universidades do Brasil. No dia sete de junho, por volta das 14h15, teve início a última tarde do curso sobre meio ambiente no Estadão.
No primeiro bloco os palestrantes debateram o tema Ambiente Urbano. Juliana Russar, coordenadora da 350.org, foi a primeira a falar e abordou a construção de um movimento de base para resolver a crise climática, pois nas últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis, o nível de CO2 está aumentando cada vez mais. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera superou 400 partes por milhão de moléculas, em maio desse ano. Segundo Juliana, o aumento resulta em mudanças climáticas pelo mundo como: terremotos, tsunami, enchentes, dias mais quentes e longos. Os cientistas informam que é preciso reduzir a quantidade de CO2 na atmosfera para menos de 350ppm. “350 é mais que um simples número, é o que simboliza uma meta que a humanidade precisa seguir para preservar o planeta”, destaca Juliana. A 350.org trabalha com campanhas online, marchas e manifestações e têm o intuito de educar as pessoas para catalisar a transformação ao redor do mundo. “Nós acreditamos que podemos virar o jogo sobre a crise climática – mas apenas se trabalharmos juntos”, declarou.
O palestrante seguinte, Oded Grajew, da empresa Rede Nossa São Paulo, abordou as cidades como fundamentais para a sustentabilidade do planeta e os grandes impactos no meio ambiente. Segundo ele, 85% da população mundial moram em ambientes urbanos, local onde mais se produz materiais para o consumo. O palestrante destaca a importância da sociedade civil em cobrar do governo o progresso de uma cidade sustentável. O palestrante enfatizou que o processo eleitoral é importante, pois é momento em que um futuro governante se compromete com a agenda ambiental. O comprometimento se traduz em estabelecer as metas das cidades olhando esses indicadores. Por exemplo, ver quanto de água é desperdiçado na cidade, e estabelecer objetivos. Segundo Oded Grajew, é a política que impacta a vida das pessoas, pois é ela que dita as regras para a sociedade. “Não acreditar na política é uma ideologia para a população não correr atrás e lutar por algo melhor”, explicou Oded.
Recicle-se. E recicle o mundo – O especialista em Resíduos Sólidos e diretor de desenvolvimento ambiental na Treta Park, Fernando Von Zuben, viu-se diante de um desafio ao longo do seu trabalho: o que fazer com as milhares de embalagens pós-consumo despejadas no lixo. A cada ano, a produção de caixinhas para o envase de leite, molho de tomate, sucos e iogurtes cresce a uma média de 5% no Brasil. A solução era agregar valor às sobras das embalagens e fortalecer a cadeia produtiva. Uma tecnologia para separar os materiais seria vista como uma solução criativa e funcional, pois o alumínio e o plástico que acabavam no lixo passariam a ter valor de mercado. O diretor ainda explica que a Tetra Pak possui projeto, informações e ferramentas para auxiliarem a sociedade a ter uma visão mais abrangente a respeito dos problemas e soluções envolvidos na questão do lixo urbano e criando uma consciência para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade.
Por Danielly de Sousa e Elisa Whately (texto e fotos), estudantes de jornalismo e repórteres da Agência de Notícias UniCEUB