No Estadão – O terceiro dia de palestras foi marcado pelos temas Natureza em momentos extremos e Em contato próximo com a natureza. Foram convidados Lourival Sant’Anna, repórter de conflitos do Estadão; Sérgio Leitão, do Green Peace; Sérgio Torres, repórter de economia e petróleo do Estadão; Luciano Candisani, fotógrafo da National Geographic; Herton Escobar, repórter da editoria Meio Ambiente do Estadão, e Haroldo Castro, fotógrafo, jornalista e documentarista.
Lourival Sant’Anna (foto) falou sobre a realidade do seu trabalho e de como é difícil viver viajando para cobrir conflitos no mundo. Ele conta que tem um lado bastante desumano para ser imparcial em suas reportagens. Não se envolve e não deixa seus sentimentos transparecerem, mas não se orgulha disso. Ilustrou a palestra com sua passagem pelo Haiti em janeiro de 2010, após o terremoto em Porto Príncipe. Questionado por uma estudante da platéia de como era cobrir as catástrofes e ver tanta gente morta sem se envolver, ele relata que é preciso diferenciar o lado profissional do pessoal, e fazer uma boa terapia. Ele conta que uma vez precisou fazer uma consulta via Skype com sua terapeuta, pois esses acontecimentos não mexem apenas com o físico do corpo, mas principalmente com o emocional. Lourival disse que se manter ocupado é a melhor saída, como produzir matérias, editar, ler e apurar.
O próximo palestrante, Sérgio Leitão (foto), baseou sua palestra na lista, divulgada pelo Green Peace, de itens básicos que todo jornalista deve levar para cobrir eventos catastróficos. Computador, celular, adaptador de tomadas, capa de chuva, mochila que carrega aparelhos eletrônicos através de energia solar, botas e saco de dormir, são alguns dos itens indispensáveis para sobrevivência nesses casos.
No segundo bloco – Em contato próximo com a natureza, os fotojornalistas apresentaram os bastidores de seus trabalhos. A apresentação de Luciano Candisani foi inédita. A apresentadora do evento, Paulina Chamorro, solicitou para que não tirássemos fotos de sua apresentação, pois o material exposto ainda será publicado na próxima edição da National Geographic. Arrancou aplausos da plateia ao mostrar em um vídeo a preparação para uma fotografia de uma baleia-jubarte com seu filhote.
Haroldo Castro, fotógrafo, jornalista, documentarista e escritor do blog Viajologia foto à direita), relatou sua viagem com seu filho Mikael pela África, em 2010, que o inspirou a fazer o livro Luzes da África. Enfatizou a necessidade de um bom planejamento e mostrou as 77 mil fotos de animais em cenas inusitadas. Haroldo também falou dos 15 mil dólares gastos na compra do carro, que foi o transporte utilizado para a aventura, os 40 mil quilômetros de distância percorridos, metades das noites dentro do carro, os 18 países visitados, as 675 horas no volante – 28 horas seguidas , os 4 mil e 700 litros de diesel. Para compensar a emissão de carbono, a SOS Mata Atlântica plantou 94 árvores em nome dele.
Por Danielly de Sousa e Elisa Whately (texto e fotos), estudantes de jornalismo e repórteres da Agência de Notícias UniCEUB
