Queimada como controle agrícola é prejudicial ao solo, alertam especialistas

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Com a baixa umidade, queimadas são comuns nessa época do ano no Distrito Federal. Além da queima acidental, há também produtores rurais que provocam picos de fogos para gerar uma nova produção agrícola. O ambientalista Luiz Rios disse que esse tipo de atitude é prejudicial para o próprio agricultor, como “dar um tiro no próprio pé”, já que segundo o especialista, o aumento da temperatura mata os seres vivos nos primeiros centímetros do solo, que são importantes para que o terreno seja fértil.

Para o ambientalista, a situação inicial parece ser a melhor pela a rapidez, mas o ideal é preparar o terreno para ter um solo mais “vivo” por mais tempo. “A gente tem que parar de fazer essa agricultura destrutiva”.

O artigo 38 do código florestal, lei de número 12.651, decreta que é proibido o uso de fogo na vegetação. O artigo 40 ainda estabelece uma Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, para substituir e prevenir o combate aos incêndios florestais.

 Socorro – O Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros Alan Araújo, comandante do Grupamento de Proteção Ambiental, explicou que são comuns as chamadas de casos de incêndios por iniciativas dos produtores. O oficial disse que os bombeiros chegam tardiamente para apagar o fogo porque, para evitar sanções, os produtores demoram a chamar por socorro e tentam apagar por conta própria, porém não têm equipamentos e pessoas suficientes. “Então quando chega para a gente, já chega em uma situação de um incêndio avançado”.

O Tenente- Coronel reforçou que o produtor pode ser atuado em flagrante por crime ambiental, o que gera penalidades inafiançáveis. Ele ressaltou que esse tipo de controle não deve ser feito e que deve procurar orientações de órgãos agrícolas, como a Emater e secretaria de agricultura, para tentar outros meios sem envolver a queimada.

Cerrado – O ambientalista Luiz Rios lembrou que algumas árvores do cerrado, por terem uma casca mais grossa, são capazes de resistir ao fogo, porém a frequência da queima é diferente entre o fogo natural e aquele que é provocado. “Isso serve até para as árvores não perderem umidade, mas também essa cortiça funciona como uma barreira para as queimadas”.

Segundo Luiz, como o ser humano que faz o uso da queima não tem conhecimento a respeito do limite de resistência da vegetação existe uma grande possibilidade de ultrapassar esse limite de capacidade e destruir a flora. Além de o fato do fogo não controlado se alastrar e provocar incêndios.

Por Jade Abreu

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