Um aplicativo de internet, batizado como “Guardiões da Saúde”, disponibilizado neste mês, busca monitorar os casos suspeitos de estarem com covid-19 considerados em estágio leve da doença, e, consequentemente, não notificados ao sistema de saúde. A iniciativa é da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEpi), em parceria com pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). A tecnologia pode ser ferramenta para estabelecer uma estratégia de vigilância participativa, a fim de retratar uma visão do vírus primeiramente no âmbito universitário e depois no DF. O uso é simples. Tudo que o usuário precisa fazer é informar seu estado de saúde: bem ou mal. Atualmente já possui 12 mil colaboradores.
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Por ser uma plataforma de ferramenta de vigilância epidemiológica o sucesso da proposta depende totalmente de seus utilizadores. O professor Iturri De La Mata, coordenador da área de comunicação do projeto, esclarece que o funcionamento ideal do aplicativo prevê o uso constante pelos cidadãos. “Sem esse uso diário, ele perde muito a sua potência” afirma.
Contexto
Durante a pandemia um dos principais desafios é lidar com pessoas de sintomas leves e assintomáticos. Segundo registros da Organização Mundial de Saúde (OMS), baseado em uma pesquisa da Universidade de Columbia, só na China os assintomáticos foram responsáveis por 46% a 62% da transmissão de casos.
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Em relação aos sintomas leves, um estudo de título “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil”, coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com o Ministério da Saúde, comprova que de cada sete pessoas com o coronavírus apenas uma sabe que está infectada. Diante disso, O lançamento do aplicativo ocorreu dia 10 de junho, e a meta é para que em julho já esteja fora da UnB, há também possibilidade de parceria com outras instituições de ensino superior, assim como escolas do DF. Além disso, a iniciativa possui apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), principalmente na troca de informações sobre o COVID-19.
Equipes
Existem três equipes trabalhando no aplicativo, uma especializada em tecnologia da informação, outra para análise epidemiológica e a terceira é a de comunicação, responsável pelo diálogo com os usuários. Aline Farias, 22 anos, é estudante de enfermagem e se sente orgulhosa em contribuir na equipe de comunicação. “Enquanto parece que tudo está um caos, a gente consegue fazer um pouquinho que se torna uma coisa grandiosa” explica.
Já a estudante de psicologia Gabriella Rossetti, 26, também atua na interface com o usuário e entende que uma equipe multiprofissional amplia os horizontes do aplicativo. “É uma demonstração de empatia de quem embarca nessa com a gente, uma maneira simples de ajudar” afirma.
Como contribuidora a estudante de fonoaudiologia Yasmim Medrado, 20, confirma que está fazendo mais do que só a parte dela ao trazer pessoas para o aplicativo. “É sobre se preocupar não só com a própria saúde mas com a saúde do outro.” explica.
A visão principal é expandir o número de guardiões. O aplicativo está disponível para download na apple store e google play. Contribuir positivamente de casa na pandemia é possível.
Por Rafaela Garcez, especial para Agência de Notícias UniCEUB