Campus Party: pesquisadores do DF celebram oportunidade de visibilidade a projetos

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Frequência sobre hidrelétricas e morte de cardumes, criação de foguetes… Projetos da área de tecnologia surpreenderam durante a última Campus Party. Há em comum a atenção especial para inclusão de minorias na pesquisa e no campo de trabalho

Pesquisa de mestrado

“Aqui estamos colocando em prática uma pesquisa para hidrelétricas”, comenta o pesquisador Alexandre Silva. Essa pesquisa foi feita através de um mestrado no programa Pós-Graduação em Ciências Ambientais, na Faculdade UnB Planaltina (FUP) .

O projeto tem o objetivo de monitorar materiais orgânicos que existem ao longo de lagos e rios e podem danificar hidrelétricas como restos de árvores, por exemplo, além de monitorar cardumes de peixes para evitar danos aos mesmos.

Com isso, o trabalho trata de uma plataforma que permite acessar dados e internet de equipamentos de sonar remotamente.

Dessa forma, o estudante diz que sua pesquisa já está a todo vapor . “A gente fez a validação em Porto Velho, foram 3 ou 4 baterias de teste e a ideia é deixar o equipamento contínuo”.

Corrida

(Equipe Apuama Racing)

A Apuama Racing estava presente na Campus Party demonstrando o seu carro tipo Fórmula. A equipe possui mais de 30 integrantes, de diversas engenharias e outras áreas. Os pesquisadores Teodoro Kowalski, Caio Lins de Castro e Luca Demartini Gontijo estavam no estande explicando para os campuseiros sobre esse projeto.

A Fórmula SAE é uma competição que tem como objetivo proporcionar aos estudantes de engenharia a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala. Os alunos constroem um carro tipo Fórmula, que será avaliado durante os três dias de evento, eles passam por provas estáticas e dinâmicas, assim como as apresentações técnicas das equipes, que inclui projeto, custo e uma apresentação de marketing. Esse projeto surgiu como competição universitária nos Estados Unidos, chegou ao Brasil em 2004, desde esse período a Apuama Racing, equipe dos estudantes da UnB, compete.

“A gente compra apenas peças como o pneu e o motor de hornet de 600, todo o resto a gente prepara e projeta, as asas por exemplo, são feitas em fibra de carbono, com auxílio dos nossos patrocinadores e nós que modelamos, fazemos todo o processo, desde a concepção, produção, teste e também a competição.” explica o estudante de engenharia mecânica, Luca Demartini Gontijo.

A próxima competição acontecerá do dia 9 ao 14 de agosto em Piracicaba. A equipe da UnB nunca ganhou uma competição. “É o nosso sonho, estamos trabalhando arduamente para conseguir alcançá-lo.” declarou o estudante.

Gama

(Equipe EletronJun)

A EletronJun faz parte do Movimento Empresa Júnior e foi a primeira EJ fundada dentro do Campus da UnB do Gama, formada por alunos de engenharia eletrônica e de software. Atualmente possui 23 membros, sem contar com os treineiros.

O Movimento Empresa Júnior surgiu na França, o objetivo é introduzir os universitários à parte profissional e empresarial. A EletronJun, por exemplo, realiza projetos de engenharia eletrônica.

Os projetos são divididos em duas categorias: conceituais e protótipos. “Os conceituais a gente faz toda a avaliação dos projetos, a viabilização, levantamento de cursos, levantamento de componentes e como esses componentes vão conversar entre si. E no protótipo, a gente passa pela parte conceitual e depois a gente realiza o protótipo, que seria o projeto físico, onde a gente faz o layout da placa, imprime a placa, faz os testes necessários para o funcionamento dela, aquecimento e teste de tensão.” explicou Alto Felipe, estudante de engenharia eletrônica e diretor de relacionamentos da EletronJun.

Um dos projetos realizados pela EletronJun foi o controle eletrônico de percepção térmica, é um sistema de controle e coleta de temperatura corporal para o monitoramento médico de sensibilidade epitelial. “O médico precisava do equipamento que é muito caro e só se encontra no exterior, por isso fizemos esse projeto” disse Alto Felipe, estudante de engenharia eletrônica e diretor de relacionamentos da Eletronjun.

Foguetes

(Prêmios conquistados pela Capital Rocket Team)

Criada em 2015, a Capital Rocket Team é uma iniciativa estudantil da Universidade de Brasília (UnB) formada por 40 estudantes com o objetivo de desenvolver foguetes experimentais para a participação em competições nacionais e internacionais. Além disso, busca promover a capacitação dos estudantes e desenvolvimento dos subsistemas com tecnologia nacional.

A equipe é dividida em 2 campos, gestão e área técnica, sendo a segunda com 5 núcleos responsáveis pelos projetos e composição dos foguetes.Os projetos desenvolvidos pela Capital Rocket Team, são separados em missões, as quais podem ser compostas por um ou mais foguetes de propulsão híbrida. “Somos uma das poucas equipes brasileiras a trabalhar com esse tipo de propulsão devido à alta complexidade do projeto que reúne diferentes estágios de um combustível (sólido, líquido, gasoso), sendo ainda mais segura do que a utilizada pelas demais equipes” explica o aluno de engenharia aeroespacial Thiago Oliveira.

Alunos e membros da equipe Capital Rocket Team expunham alguns de seus projetos e principais troféus que ganharam em competições, entre eles o 2° lugar na Competição Brasileira Universitária de Foguetes, por propulsão e excelência, melhor apresentação oral e projeto aeroespacial com o Foguete Gama 1 em 2018.

A equipe desde 2016, participa dos mais importantes eventos de mostra de foguetes nacionais e internacionais, com exceção do ano de 2017, em que o foguete Daedalus 1 apresentou problemas antes mesmo do campeonato da COBRUF daquele ano. “ Umas das asas que fazia a estabilidade do foguete quebrou durante a viagem até Natal no Rio Grande do Norte, cidade onde se localiza o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, local sede do evento. Por não termos um foguete reserva, não foi possível a participação do campeonato naquele ano”, afirmou.

Neste ano a Capital Rocket Team tem por objetivo o lançamento do foguete Daedalus 2 e a execução do projeto boscov, sendo esse um foguete de propulsão híbrida de 3 km de apogeu, com estrutura em fibra de vidro. O projeto Boscov será lançado no evento da Space America Cup 2022,que ocorrerá entre os dias 21 a 25 de junho na cidade do Novo México, Estados Unidos.

Por Lara Vitória, Maria Clara Britto e Monique Del Rosso

Fotos: Vitor Oliveira
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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