O comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, disse, nesta quinta-feira (22), em Brasília, que a instituição irá passar por reestruturação de recursos humanos com a redução de 24% do efetivo de graduados (sargentos), 25% de oficiais de carreira, além da ampliação da contratação de temporários, em um espaço de 20 anos. Com orçamento de R$ 6 bilhões por ano, o brigadeiro explicou que o custeio com o controle do tráfego aéreo cresce de 5 a 10% todo ano, além de despesas obrigatórias, com o pagamento de pessoal da ativa e da reserva.

“Com o passar dos anos, o aumento dos custos irá ocasionar que todo o recurso pague apenas a própria manutenção da Força. Essa reestruturação fará um corte expressivo de oficiais de carreira”. Ele explicou que um oficial temporário atua apenas oito anos, já vem do mercado de trabalho “formado e pronto”.

Além da redução de pessoal, unidades existentes no Brasil, conhecidas como organizações militares, serão extintas e substituídas por outras chamadas de “Alas” a fim de reduzir gastos com unidades de saúde, pessoal administrativo, tecnologia da Informação e segurança.
Aquisições

O novo avião cargueiro KC-390 teve um custo de R$ 12,1 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões para o desenvolvimento da aeronave e R$ 7,2 bilhões para a aquisição de 28 unidades para a Força Aérea Brasileira. A aeronave irá substituir o C-130 Hércules, em uso desde a década de 1960 e hoje principal meio de transportes de tropas e equipamentos militares.
Com atrasos constantes, hoje existem apenas dois aviões prontos e voando em fase de teste e certificações. Mesmo assim, têm ocorrido novas prorrogações de prazos devido à redução orçamentária, mesmo com esses atrasos constantes o governo brasileiro tenta vender unidades para diversos países do mundo a previsão e de dois bilhões de ganhos com a exportação da nova aeronave.
Com o atraso da aeronave, e a urgência de um avião de transporte em junho deste chegou ao Rio de Janeiro uma aeronave adquirida de uma empresa dos norte americana por Leasing (locação), no valor de US$ 20 milhões, o contrato tem duração de três anos, prorrogáveis por mais um, o Boeing 767-300 ER tem capacidade para levar até 254 militares e levar 23 toneladas de carga e será utilizada para transporte de cargas, pessoal e foi utilizada durante a Olimpíada e Paraolimpíadas da Aeronáutica.
O Brasil comprou 36 caças suecos F-39 Gripen por US$ 4,5 bilhões, sendo que o retorno financeiro inclui US$ 9 bilhões de compensação comercial para o País. A previsão de chegada da aeronave e 2018, mas apenas em 2019 será montada toda uma estrutura de um esquadrão aéreo. Até o final de 2016 é previsto o empréstimo de 10 a 12 aeronaves para compor a defesa aérea enquanto que as novas aeronaves não chegam. Com a reestruturação, na Base Aérea de Anápolis será montado o Grupo F, que será criado ainda em 2016, atuando para implantação dos caças F-39 Gripen.
Espaço
No Plano Nacional de Defesa, está definido que a Marinha cuida da área nuclear, o Exercito da cibernética e a Aeronáutica cuida da parte aeroespacial. “Hoje não se investe em Satélite, a Índia investe milhões, eles começaram junto com a gente, a já estão na nossa frente. Nós não olhamos para cima. Sabendo disso, Israel cedeu as imagens do satélite deles por 90 dias para o Brasil, monitorar o País durante a Olimpíada e Paraolimpíadas”, afirmou o comandante da Aeronáutica.
Com a reestruturação iniciada em 2005 quando o comandante da aeronáutica montou uma equipe composta por generais de diversas áreas com o objetivo de elaborar a reestruturação, visando aperfeiçoar a aplicação dos recursos, o comando tenta sensibilizar o congresso e o governo para aumentar o orçamento. “Eu parto de uma base que o dinheiro é um só. Se o governo entender que ele gasta R$ 20 bilhões com a Aeronáutica e nós reduzirmos R$ 5 bilhões com gasto de pessoas, por que ele não pode passar esses cinco bilhões que sobraram para a nossa parte de investimento? É tudo uma questão de prioridade, e isso não depende de nós, mas sim do governo”, afirmou o comandante.
Por Sérgio Lopes, especial para a Agência de Notícias UniCEUB