Pelo menos 42% das pessoas que moram no Paranoá não acessam a internet Os dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), que ouviu 48.020 entrevistados. “Algumas pessoas não conseguem pagar os planos de internet, que são relativamente caros para parte da população que tem a renda muito baixa. Há também o problema das altas taxas de desemprego, uma vez que 15% das famílias têm alguém sem trabalho”, disse o administrador do Paranoá e do Itapoã, Eduardo Rodrigues da Silva.
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Um exemplo disse A pensionista Valmira Maria Oliveira da Silva, 33, não acessa a internet em casa por motivos financeiros. Desempregada, a moradora não possui smartphone e computador em casa, nem frequenta lan houses, por achar caro o preço cobrado. Valmira defende que a conexão à rede deveria ser mais acessível a todos e seria um ótimo benefício para os estudos. “O preço é razoável, mas eu não tenho condições. O governo deveria pensar nas pessoas que não conseguem usar esse serviço”, comentou.
O microempresário Celso Mendes de Sousa, 30, proprietário de uma lan house localizada na mesma cidade satélite, cobra R$ 4 a hora pela utilização do computador. “Acho o movimento bom. São mais de 2 mil pessoas cadastradas desde 2012”, relatou. Segundo ele, o número de clientes aumentou ao longo do tempo e ele não vê dificuldade nas pessoas em utilizar a web.
Pelo celular
Ainda segundo a Codeplan, aproximadamente 16% dos entrevistados acessam a internet pelo celular. É o caso da moradora Girlene Ferreira, 36, que alega usar o dispositivo móvel para resolver os problemas com mais agilidade. “Estou sem computador em casa e nunca precisei ir até uma lan house. O celular facilita tudo, mas tem hora que o sinal fica muito ruim”, disse. Porém, para Eduardo Rodrigues, a cidade possui uma infraestrutura que permite a instalação de provedores para atender a população. “Há cabo de internet no núcleo da cidade”, justificou. Rodrigues também citou a Caravana da Juventude Negra no Paranoá, projeto do governo do Distrito Federal que trouxe à cidade cursos de tecnologias da comunicação, mídias sociais, empreendedorismo e atividades de inclusão digital para jovens negros, ocorridos no final de julho deste ano.
Por Marlla Sabino e Rafaela Amaral