Ansiedade, síndrome do pânico e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) podem ser enfrentados com o apoio do jiu-jitsu. A médica psiquiatra Renata Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), destaca que os benefícios do esporte incluem foco mental, o que contribui para a redução do estresse, sensação de bem-estar e melhora do humor.

“O jiu-jitsu exige concentração no momento presente, o que pode ajudar a reduzir pensamentos ansiosos. A prática regular pode ensinar técnicas de respiração e relaxamento, úteis fora do tatame”, afirma a psiquiatra.
A especialista explica que a prática física, aliada à sensação de progresso e superação pessoal, pode ter um efeito positivo em quadros de depressão leve a moderada, promovendo um senso de propósito e realização.
“Paciência”
Davi Rodrigues, praticante de jiu-jitsu desde 2017, testemunha que a arte marcial tem o ajudado a lidar com o estresse e a ansiedade do dia a dia. Para ele, o esporte é uma forma de relaxar e manter a calma em situações difíceis.
“No jiu-jitsu, uma das coisas que mais se aprende é a ter paciência, saber a hora de agir e como agir. Caso contrário, você acaba em uma situação desconfortável, assim como na vida. Portanto, a prática constante do jiu-jitsu proporciona mais assertividade em escolhas difíceis e ajuda a ser mais objetivo, o que, com o tempo, não deixa espaço para nervosismo exacerbado”, comenta Davi.
Professor de jiu-jitsu, Diogo Nascimento, que pratica a modalidade há mais de 10 anos, observa que a frequência na prática da arte marcial permite aprofundar o conhecimento sobre a personalidade de seus alunos, auxiliando no trabalho de questões relacionadas à saúde mental.
Coragem e medo
“Dentro do tatame, a gente conhece quem de fato é o aluno. Fora dele, a pessoa pode transparecer uma coisa, mas no momento da dificuldade do combate, consigo identificar quem é o corajoso, o medroso, o depressivo, o ansioso. Eu trabalho com muitos alunos com essas características, e o jiu-jitsu me permite lidar com essas questões”, relata o professor.
Além disso, como bombeiro, Diogo enfrenta diversas situações, incluindo crises de ansiedade, onde utiliza sua experiência para orientar seus alunos a controlar a apreensão.
“Muitas vezes, o aluno se encontra em uma posição ruim e começa a desesperar, respirando de forma rápida e ofegante. Nesse momento, passo a conversar com ele, mostrando que tudo tem uma saída e uma forma de melhorar a situação. O aluno começa a trabalhar melhor seu psicológico”, diz o praticante.
Saiba mais sobre o esporte
Por Lucas de Castro
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira