Pouco antes de se formarem, estudantes de ensino superior realizam uma prova nacional que não interfere nas notas das disciplinas, mas ajuda a compreender o desempenho dos cursos. O resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) pode elevar o status da faculdade e garantir a manutenção de financiamentos federais para os alunos das próximas turmas. Na prática, o que ele faz no exame será mais um legado que pode deixar para os futuros colegas e para a instituição. Neste ano, formandos em 26 cursos em todo o país farão provas no dia 22 de Novembro.
Com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes referentes ao conteúdo curricular de diversos cursos, o Ministério da Educação (MEC) regulamentou o exame substituindo em 2004, o Exame Nacional de Cursos, conhecido como “provão”. A prova aplicada tem a função de avaliar a instituição de ensino e o curso específico por intermédio do rendimento dos estudantes.
Composta por 75% de questões específicas e 25% de formação geral, o exame abrange todos os estudantes ingressantes no primeiro ano e os concluintes, com mais de 80% da carga horária. A avaliação do Enade é realizada anualmente, porém, cada curso tem sua avaliação examinada a cada três anos. No ano de 2014, os ingressantes não realizaram a avaliação.
Experiências
Formada em design de moda, Joana Peixoto, 23 anos, ressalta que mesmo não tendo estudado tão somente para a prova, acredita que o exame cumpre seu objetivo de medir o conhecimento do discente.
Antes de trocar de curso, o então estudante de direito, Bruno Chaul, observou que muitos alunos não se empenham para fazer a prova. Ressalta ter sido abordado e desencorajado para fazer o exame. “Vários alunos disseram para fazer de qualquer maneira”.
Estudante do 10º semestre de direito, Fenando Teles, 25 anos, possui uma visão similar. Acredita não ser o melhor jeito de avaliar a instituição por meio do estudante. Ele diz não imaginar que os alunos irão se empenhar para fazer a prova, pois o exame não acrescenta nota. “Só tem de fazer a prova e não vale ponto”.
Para o psicólogo Kayan Almeida Fagundes, 24 anos, a prova do Enade é “bastante” ampla. Ele explica que é necessário que o estudante esteja preparado para a prova, já que não pode ser considerada “fácil”. Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o exame realizado pelo aluno é composto pela avaliação e um questionário onde o aluno descreve seu desempenho na prova.
O exame disponibiliza quatro horas para concluir a prova, não sendo fornecido à instituição a menção final de cada aluno. O aluno poderá acessar sua nota pelo site do INEP na sessão “boletim de desempenho”. O estudante que não comparecer à prova, não poderá concluir o curso, salvo quando o estudante estiver cursando atividades curriculares fora do país.
Além do rendimento dos alunos, a titulação dos professores, qualidade da infraestrutura, entre outros, são quesitos que compõem a menção final da instituição de ensino superior. A menção varia de “(1)” a “5”, sendo a prova realizada pelo aluno o quesito de maior importância, equivalente a 70% da menção. A assessoria de imprensa do INEP acrescenta que as instituições que recebem notas “um” e “dois” são consideradas “não satisfatórias” e recebem a visita de fiscais do MEC.
Cursos avaliados em 2015:
Bacharelado: administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social – jornalismo, comunicação social – publicidade e propaganda, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teologia, turismo
Tecnólogo: comércio exterior, design de interiores, design de moda, design gráfico, gastronomia, gestão comercial, gestão de qualidade, gestão de recursos humanos, gestão financeira, gestão pública, logística, marketing, processos gerenciais.
Lucas Valença